terça-feira, 16 de junho de 2009

Exterminador do Futuro - A Salvação


O começo de uma nova trilogia. O novo filme da saga Exterminador do Futuro desconsidera o que aconteceu no terceiro filme (o que fez muito bem) e mostra o futuro tão falado em todos os filmes, onde John Connor começa sua jornada para se tornar o grande líder humano contra as máquinas. O quarto filme da série tem cenas de ação bem dirigidas, efeitos especiais decentes e um novo astro para sustentar os demais filmes que vem por aí.


Não há complicações para entender a história, para quem assistiu aos outros filmes da série, a Skynet começou a guerra contra a raça humana, esse confronto deixou o planeta numa ambientação pós-apocalíptico. John Connor (Christian Bale) faz parte da resistência humana, tentando encontrar uma maneira para derrotar as máquinas, seguindo os conselhos da sua mãe, gravados em fitas cassetes. Paralelamente, o condenado a morte em 2003 Marcus Wright (Sam Worthington) acorda em 2018 (ano que se passa a trama) e procura entender como pode estar vivo e como o mundo foi devastado.


Em relação aos atores dessa nova fase de Exterminador do Futuro, Christian Bale tem a presença forte de um astro de Hollywood. Contudo, é Sam Worthington que rouba a cena com sua frieza e determinação. Para os mais distraídos e que não assistiram nenhum dos trailers, o personagem Marcus Wright adiciona um pouco de mistério a trama do filme. E para os fãs dos filmes, há um momento que eles irão pular das cadeiras com a participação mais que especial de um personagem querido por todos. Além disso há frases clássicas e a música dos Guns.



Quanto a cronologia, não nenhum problema visível como dizem alguns críticos. Os eventos que aqui ocorrem são anteriores a descoberta da máquina do tempo, ou seja, até aquele momento os dois primeiros filmes não mudaram o futuro, mas permitiram que John Connor permanecesse vivo para seguir com sua guerra contra as máquinas. Em relação ao roteiro, o incômodo mais visível é a tentativa de deixar mais dramática a história de Marcus, colocando, às vezes forçadamente, a questão da “segunda chance”. Não precisava explicitar essa questão, as atitudes determinadas e firmes do personagem em busca de redenção já seriam suficientes.


O diretor McG faz um excelente trabalho na direção das cenas de ação. A seqüência da queda do helicóptero com visão do interior do veículo ou a seqüência do ataque do robô gigante são de tirar o fôlego. O diretor só precisa ser mais cuidadoso na edição, o brusco corte da seqüência da chuva com Marcus e Williams (Moon Bloodgood) para uma onde a personagem Williams já está sendo cercada por bandidos é totalmente estranha, como ela ficou cercada de uma hora para outra?! Além disso, tem aquela velha história de filmes de ação, dezenas de soldados não conseguem acertar ninguém com suas armas, não é a toa que não vencem a guerra.


Para os fãs dos filmes, um novo fôlego, mostrando o tão esperado confronto entre Skynet e John Connor no caminho de se tornar o grande líder da resistência. Para quem não viu nenhum dos filmes, pode-se ficar perdido, um rápido resumo nos créditos iniciais, mas o atrativo de Exterminador do Futuro – A Salvação (2009) para quem não é fã é a ação consistente e bem realizada. Com certeza John Connor e as máquinas irão voltar para um próximo filme.


I’ll be back!



Nota: 8,5


Rafael Sanzio

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Uma Noite no Museu 2


O trabalho ideal é aquele no qual você se sente feliz, seja como um grande empresário ou como um “simples” guarda noturno de um museu. A nova aventura com Ben Stiller prega essa idéia, mesmo possuindo muito dinheiro, se não está fazendo o que gosta você continuará sentindo um vazio dentro de si que deve ser preenchido.

Nesta seqüência de Uma Noite no Museu (2006), Larry Daley (Ben Stiller) segue com seu espírito de empreendedor, mas agora com sucesso. Ele deixou o posto de guarda noturno há dois anos, construindo uma carreira empresarial que lhe rende muito dinheiro e que gradativamente o trabalho começa a comandar sua vida. Mas nem por isso deixa de visitar seus amigos no Museu de História Natural, o problema é que Larry descobre que o museu está passando por uma modernização e algumas peças serão levadas para o Instituto Smithsonian, o maior complexo de museus do mundo. Mas como o artefato egípcio permanecerá no Museu de História Natural, esse será a última noite de “vida” dos seus amigos.

Em Uma Noite no Museu 2 (2009) apesar de termos de volta o caubói Jedediah Smith (Owen Wilson), o romano Octavius (Steve Coogan) e a pequena participação de alguns outros personagens do primeiro, a grande ênfase vai para a nova safra de heróis e vilões do novo museu. Entre eles o megalomaníaco Kahmunrah (Hank Azaria), a hiperativa e linda Amelia Earhart (Amy Adams), a primeira mulher a sobrevoar o Atlântico. Além deles, temos Ivan, O Terrível (Christopher Guest), Napoleão Bonaparte (Alain Chabat), o jovem Al Capone (Jon Bernthal) e ainda o General Custer (Bill Hader), este último tem uma participação estranha, talvez sendo uma fraca tentativa de substituir o personagem de Robin Williams, Teddy Roosevelt.

Como se pode ver é uma gama enorme de personagens, muito natural para o maior complexo de museus do mundo. Os novos personagens são divertidos, cativantes. As miniaturas (não sei o nome exato deles) dos caubóis e romanos são um show à parte, principalmente a seqüência onde remontam uma das cenas do filme 300 (2007).

É perceptível que nessa seqüência a fantasia foi aumentada drasticamente, com a novidade dos quadros criando vida e a idéia que passa de que é uma aventura com proporções maiores. Mas esse é um dos seus defeitos. Com tanta confusão acontecendo, turbinas de naves espaciais sendo ligadas, vidraças sendo destruídas, com tanta fantasia a realidade é jogada para escanteio, como nenhum guarda noturno escutou tudo isso?


O diretor Shawn Levy (A Pantera Cor-de-Rosa, Uma Noite no Museu), deve ter permitido que os atores improvisassem durante as cenas, pois no filme há muitos diálogos que não vão para lugar nenhum, as vezes esse tipo de piada non-sense funciona, mas nesse filme poucas tem graça, elas funcionaram muito bem no primeiro filme nos diálogos entre Ben Stiller e Ricky Gervais, o diretor do museu. Entre as que se salvam nesse filme, é a seqüência de negociação entre Kahmunrah e Larry. Outro erro e acerto do diretor é repetir piadas do primeiro filme, algumas dão certo e outras além de não terem mais graça, são incorporadas de uma forma não-natural, como por exemplo, Larry levar tapas de dois macacos dessa vez.

Uma Noite no Museu 2 utiliza-se sem medo (e sem vergonha) de seu antecessor para sustentar-se e criar um universo ainda maior para as aventuras de Larry Daley. Mais fantasia e personagens, mas continua sendo inferior ao humilde primeiro filme, Uma Noite no Museu 2 ainda deve agradar as crianças e alguns adultos.


Nota: 7


Rafael Sanzio