Não
seria justo com a animação da Dreamworks dizer que O Gato de Botas (2011) é um novo fôlego para o mundo de Shrek. Apesar de utilizar o mesmo estilo
gráfico, o filme solo do Gato de Botas possui uma identidade própria, seja ela
boa ou má.
Na
trama, o Gato de Botas (Antonio Bandeiras) é um foragido da lei que tenta
limpar seu nome, a oportunidade surge quando os feijãozinhos mágicos são
encontrados. Cabe agora ao Gato fazer uma aliança com um velho conhecido para
conseguir o prêmio máximo: os ovos de ouro do gigante do pé-de-feijão.
A
história conta a origem do Gato de Botas. Como seu trejeito é de um amante
latino, o roteiristas Brian Lynch, David H. Steinberg, Tom Wheeler e Jon Zack optaram por criar um mundo à
parte da fantasia em exagero de Shrek para dar algo mais real e com as
características espanholas. O uso da música latina confere ao Gato de Botas um
ritmo agitado nas cenas de ação e como serenata nos momentos de reflexão.
A
sensação é de ver um personagem novo, aprofundando-se mais na sua personalidade
para nos cativar com seu processo evolutivo na trama. O problema está nos seus
companheiros, não há coadjuvantes fortes para nos encantar. Jack (Billy Bob
Thornton) e Jill (Amy Sedaris) são dois brutamontes que possuem uma trama
paralela forçada de querer ter filhos. Já Kitty Pata Mansa (Salma Hayek),
companheira do Gato, possui uma parca história de vida e que só temos o
interesse por sua personagem pelo jogo de sedução entre ela e o Gato. Já Humpty
Dumpty (Zach Galifianakis) consegue se igualar ao Gato, pelo seu jeito
diferente e espalhafatoso.
A
animação está bem feita. Principalmente os gatos. Se percebermos os detalhes,
poderemos ver os dentes quase reais dos animais, além da equipe ter captado com
perfeição as reações dos felinos. As cenas de ação estão bem coreografadas,
tanto com as de perseguição quanto as lutas de esgrima do Gato de Botas.
Com
menos humor non-sense (mas quando tem é hilário), O Gato de Botas caracteriza-se como uma animação de aventura,
contando a origem do coadjuvante carismático de Shrek, mas precisando ainda
refinar-se e perder alguns momentos de queda de ritmo que transformam algumas
cenas monótonas.
Nota: 8
Rafael Sanzio