terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O Gato de Botas (Puss in Boots)



Não seria justo com a animação da Dreamworks dizer que O Gato de Botas (2011) é um novo fôlego para o mundo de Shrek. Apesar de utilizar o mesmo estilo gráfico, o filme solo do Gato de Botas possui uma identidade própria, seja ela boa ou má.

Na trama, o Gato de Botas (Antonio Bandeiras) é um foragido da lei que tenta limpar seu nome, a oportunidade surge quando os feijãozinhos mágicos são encontrados. Cabe agora ao Gato fazer uma aliança com um velho conhecido para conseguir o prêmio máximo: os ovos de ouro do gigante do pé-de-feijão.

A história conta a origem do Gato de Botas. Como seu trejeito é de um amante latino, o roteiristas Brian Lynch, David H. Steinberg, Tom Wheeler e Jon Zack optaram por criar um mundo à parte da fantasia em exagero de Shrek para dar algo mais real e com as características espanholas. O uso da música latina confere ao Gato de Botas um ritmo agitado nas cenas de ação e como serenata nos momentos de reflexão.
A sensação é de ver um personagem novo, aprofundando-se mais na sua personalidade para nos cativar com seu processo evolutivo na trama. O problema está nos seus companheiros, não há coadjuvantes fortes para nos encantar. Jack (Billy Bob Thornton) e Jill (Amy Sedaris) são dois brutamontes que possuem uma trama paralela forçada de querer ter filhos. Já Kitty Pata Mansa (Salma Hayek), companheira do Gato, possui uma parca história de vida e que só temos o interesse por sua personagem pelo jogo de sedução entre ela e o Gato. Já Humpty Dumpty (Zach Galifianakis) consegue se igualar ao Gato, pelo seu jeito diferente e espalhafatoso.



A animação está bem feita. Principalmente os gatos. Se percebermos os detalhes, poderemos ver os dentes quase reais dos animais, além da equipe ter captado com perfeição as reações dos felinos. As cenas de ação estão bem coreografadas, tanto com as de perseguição quanto as lutas de esgrima do Gato de Botas.

Com menos humor non-sense (mas quando tem é hilário), O Gato de Botas caracteriza-se como uma animação de aventura, contando a origem do coadjuvante carismático de Shrek, mas precisando ainda refinar-se e perder alguns momentos de queda de ritmo que transformam algumas cenas monótonas.

Nota: 8

Rafael Sanzio