domingo, 7 de dezembro de 2008

Promessas de um Cara de Pau


Promessas de um Cara de Pau (Swing Vote 2008) fez sua estréia no cinema aqui no Brasil, pelo que eu me lembre, quando a disputa pela Casa Branca entre Mcain e Obama já havia começado. O filme passeia pelo sistema eleitoral americano, aproveitando a temática para criticar seus políticos e os próprios votantes descompromissados.

Bud (Kevin Costner) é o estereotipado homem americano, gosta de beber, ouvir música country, curte NASCAR e é burro feito uma porta. Sua filha Molly, projeto de Juno com auto teor de dever cívico, sempre cuida do pai e nessa campanha eleitoral tenta alertá-lo ao seu dever como eleitor. O conflito se dá quando Bud, bêbado, não consegue chegar ao local de votação e sua filha resolve votar por ele, mas um problema técnico faz com que o voto dela não seja computado. E, numa rara ocasião onde a eleição está empatada, um único voto literalmente contará para que seja decidido quem será o Presidente dos Estados Unidos.

O que vemos depois é a crítica ao jogo político, marketeiros manipulando seus candidatos, fazendo com que eles esqueçam suas próprias plataformas para conseguir vencer. Vemos republicanos tornando-se protetores ambientais e democratas fazendo campanha contra o aborto. Tudo porque imaginam estar captando a mesma opinião de Bud. Único votante este que demonstra ser altamente influenciável, sempre pendendo de um lado para outro, enquanto sua filha começa a se desesperar pelo destino dos EUA.


A personagem Molly pode até parecer muito inteligente, mais que o pai, mas ela acaba por fazer o mesmo papel que os marketeiros políticos, tentando controlar o pai para que tome as decisões “certas” e não se demonstre tão descompromissado com a eleição. Mas existe uma pequena pista que demonstra que Bud nem sempre foi assim, logo no começo do filme, onde Molly prepara o café da manhã, lá está a caneca com a frase “Melhor Pai do Mundo”. Além dessa cena, uma que parece clichê, é a seqüência na qual Bud pensa estar diante do serviço social e uma única frase proferida por ele é carregada de emoção, mostrando que lá no fundo ele não é só beber, cair e levantar.

Alguns acreditariam mais em um final mais crítico e cruel, eu também não acreditei muito naquele rompante de sagacidade de um "Bud da vida" só para dar aquela lição de moral, mas Promessas de um Cara de Pau consegue em seu desenvolvimento criticar seu próprio país, alertar para o que pode estar se tornando as campanhas eleitorais sem precisar aplicar um duro golpe no público. No fim, o importante é o que se aprendeu com as lições durante o filme, saber quem venceu não é tão importante.


Nota: 8


Rafael Sanzio

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