O filme Onde Vivem os Monstros (2009) não é um filme para crianças, mas para entendê-las. O diretor Spike Jonze adaptou o livro de autoria de Maurice Sendak para um longa metragem cheio de ternura e melancolia.
A história mostra a vida de Max (Max Records) que vive com a mãe (Catherine Keener) a irmã. Max não é uma criança solitária, brinca com os amigos na escola e é cheio de imaginação. Mas possui as características de um garoto comum, cheio de mimos e com um lado carente perceptível. Seu egoísmo o leva a brigar com a família e fugir de casa. Sua viagem termina ao chegar a uma ilha desconhecida onde vivem os monstros. Max terá que usar de sua criatividade para viver com tais criaturas sem ser devorado.
Há momentos e momentos no filme deSpike Jonze. Durante a transição entre o mundo real e imaginário há diálogos aparentemente sem nexo dos monstros e cenas monótonas que definem que este é um filme contemplativo e não agitado para crianças. A fotografia confere cenas belíssimas como na seqüência onde Max vai conversar com Alexander (Paul Dano) dentro do forte ou quando ele volta com KW (Alice Parkinson) e vê o forte ao longe. A música sob a tutela de Carter Burwell e Karen Orzolek ajuda a compor o clima do filme, infantil, terno e bonita.
Um ponto interessante do filme é o desmembramento de Max, ou seja, cada monstro representa uma personalidade do garoto. Destaque para as vozes de Catherine O'Hara interpretando o monstro Judith que representa a ira e malícia e a de Alice Parkinson que representa o lado materno que Max tem de sua mãe no coração. As expressões dos monstros estão bem feitas e optando por maquiagem e fantasias ao invés de computação gráfica, deixa o filme mais humano (mesmo com monstros), mais palpável.
Apesar da fofura dos monstros, o diretor cria tensões nas cenas onde nos mostra que o perigo é real para Max. Desde o momento que o garoto chega a ilha, qualquer interação com os monstros nos fazem pelo garoto. Desde um simples “montinho” ou acesso de raiva por parte dos monstros. As criaturas são como crianças impetuosas que não sabem o que fazem ou não conseguem controlar seus impulsos destrutivos. Os ataques de Carol (James Gandolfini) são idênticos aos de Max com raiva da irm ou da mãe.
A historia demonstra o crescimento de Max e sua redenção ao notar que a mãe tem papel importante na educação dos filhos. É um auto-descobrimento bonito de se ver e recheado de ternura e ao mesmo tempo de tristeza ao perceber que a infância é cheia de perigos psicológicos para uma criança que não tenha o apoio da família e nem entende a importância que ela tem.
Nota: 8
Rafael Sanzio
2 comentários:
Gosto do seu estilo,excelente narrativa,sem apelações,apenas uma ressalva...TÁ DE MAL COMIGO?
Vai ver minha exposição rapaz:POEMAS DO OLHO DA LUA /1° PISO DA BIBLIOTECA CENTRAL / UFPB
DAS 08:00 ÁS 21HS
Hahaha. Faz nem tava sabendo, quase nunca vejo mensagens de orkut. Vou dar uma olhada.
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