domingo, 2 de maio de 2010

Homem de Ferro 2


Depois do sucesso do primeiro filme foi com ansiedade que os fãs esperaram a continuação de Homem de Ferro. Deixando de lado a obrigatoriedade de explicar sua origem o filme dá espaço para o desenvolvimento dos personagens, mais ação e o humor ácido de Tony Stark (Robert Downey Jr.). A continuação do herói da Marvel transita para uma trama mais séria e apaga a imagem de “bom moço” deixado pelo primeiro filme ao protagonista.


Na trama, após revelar ser Homem de Ferro, Tony Stark é alvo da cobiça do governo americano diante de sua criação. Enquanto se diz completamente capaz de lidar com as conseqüências de sua invenção, Ivan Vanko (Mickey Rourke) cria uma armadura que usa energia semelhante ao Homem de Ferro, em busca de vingança o agora Chicote Negro irá juntar forças com o empresário Justin Hammer (Sam Rockwell) para enfim destruir o legado de Tony Stark.


Sem o problema ou mesmice da questão identidade secreta o filme pode viajar livremente por outros caminhos, afinal, Tony Stark realmente não é do tipo mártir. Ele não iria agüentar uma semana escondendo sua identidade sem receber a glória de seus atos ou sofrer para proteger seu segredo. A história segue parcialmente a saga dos quadrinhos “Demônio da Garrafa” onde Stark se entrega a bebida, mas com o final do primeiro não haveria motivos para o personagem descer para o fundo do poço, é aí que o roteiro de Justin Theroux encontra uma saída para levar Tony à bebida e autodestruição. O filme equilibra bem os momentos de ação, comédia e drama, perdendo um pouco do ritmo na seqüência do vídeo do pai de Stark. A mensagem reservada ao filho poderia ser descartada por algo mais original.


O elenco foi aumentado e modificado. A falada saída de Terrence Howard que interpretava James Rhodes transformou a personalidade do personagem ou essa evolução já estava prevista e o ator não conseguia alcançá-la. O substituto, Don Cheadle (Hotel Ruanda e O Traidor) imprime maior maturidade e militarismo ao futuro Máquina de Combate o que Terrence não demonstrou no primeiro com sua atuação jovial e voz esganiçada. Perdeu-se o visível elo entre amigos, mas Rhodes ganhou mais profundidade com seu dilema entre a amizade e servir ao país.



Além de ser um colírio para os olhos Scarlett Johansson trouxe com sua Viúva Negra a força que a S.H.I.E.L.D. precisava para ser representada nos filmes, o agente Coulson (Clark Gregg) não demonstrava a potencia que a agencia realmente tinha. A maior presença de Nick Fury na história investe cada vez mais na chegada do filme Os Vingadores, mas Samuel L. Jackson perde-se na sua atuação caricata. Mickey Rourke parece perdido ou distante naquela viagem de adaptação de quadrinhos, mas rende boas seqüências de ação.


Por falar em seqüências de ação, Homem de Ferro 2 (2010) vence seu predecessor, investindo mais em brigas equilibradas sem terroristas para chutar longe. Uma das melhores cenas de ação não é com Homem de Ferro, mas com a Viúva Negra, onde ela mostra a diferença entre um agente da S.H.I.E.L.D. e um motorista/segurança lutador de boxe. Outro ponto positivo foi a mudança de percepção de uma batalha final, não é preciso descascar toda a armadura para dizer que foi uma boa luta nem arrancar sua máscara. Homem de Ferro não precisa desse drama durante a ação.


Ao que parece o diretor Jon Favreou e equipe percebeu a magnitude que a marca Homem de Ferro possui, apresentando-nos uma história menos simples, com referencias ao universo Marvel e com o destaque ao ator Robert Downey Jr. que criou um Tony Stark mais carismático que o dos quadrinhos.

Lembrete: Fiquem até o final dos créditos haverá uma cena extra!


Nota: 9


Rafael Sanzio

Um comentário:

Deodato Borges disse...

De maneira compacta, Rafael soube analisar cada um dos diversos momentos do filme, levando, ao final, aos leitores, uma idéia generalizada da produção, que hoje se encontra em cartaz em nossa cidade. Por conta desse olhar crítico sobre "Homem de Ferro 2" já estou de malas prontas para fazer uma viagem até o cinema mais próximo, para ver e viver tudo o que acabei de ler. Deodato Borges.