Acabou. A não ser que os produtores da franquia Harry Potter adaptem para os cinemas o livro Os Contos do Bardo Beadle, não veremos mais o mundo de J.K. Rowling no cinema. Isso é bom? Sim, finalizar um processo de tantos anos é gratificante e também um alívio. A saga Harry Potter acompanhou o crescimento de vários jovens, juntamente com seus atores principais, para um desfecho emocionante e dinâmico. Com ação e proposta de acabar com uma história que desenrola por mais de sete anos, Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (2011) é bem melhor que a primeira parte, menos enfadonha e com o fim que todos esperávamos.
Na trama, Harry (Daniel Radcliffe) acaba de enterrar seu amigo Dobby e Voldemort (Ralph Fiennes) acaba de roubar a varinha do falecido Dumbledore (Michael Gambon). Agora que o Lorde das Trevas acredita que está de posse de uma das relíquias da Morte, ele prepara o ataque definitivo contra seus opositores. Enquanto isso, Harry e seus amigos seguem mais audaciosos para encontrar e destruir as Horcruxes, objetos malignos que possuem parte da alma de Voldemort. Todas as ações levam de volta ao castelo de Hogwarts, onde uma incrível guerra culminará no fim da batalha entre o bem e o mal.
O que é perceptível entre a parte 1 e a 2 é o dinamismo que este último filme ganhou em comparação ao seu predecessor. Neste não há necessidade de explicar o novo arco de história, as situações e investigações sobre o passado de alguns personagens. Aqui são as ações finais para o desfecho da história, com grandes revelações, mas que não fazem perder o ritmo do longa-metragem.
As interpretações continuam as mesmas dos últimos filmes. Ralph Fiennes com sua versão espalhafatosa do Lorde das Trevas, que em certas cenas provoca mais risadas do que medo ou temor. Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson continuam se esforçando em fazer um bom trabalho, comparado aos primeiros podemos dizer que eles amadureceram em relação a interpretação. Um dos momentos mais emocionantes do longa é a história de Snape, que ao meu ver não é mérito do ator Alan Rickman (que liga o modo frio para interpretar o professor de poções), ou seja, a cena é emocionante por acompanharmos os livros, sabermos o que Snape passou e toda a forma que o diretor David Yates tratou o momento. O momento só vira cômico em outra cena, onde praticamente uma gota de lágrima vira 100ml de água.
Os efeitos especiais foram aperfeiçoados, com o dragão de Gringotes fazendo seu show à parte. Demais elementos, como feitiços, foram reduzidos a golpes luminosos e infelizmente o duelo de McGonagall (Maggie Smith) e Snape foi reduzido a esse tipo de efeito, nada de adagas voadoras. Contudo, um duelo melhorado foi a batalha entre o próprio Voldemort e Harry Potter, que posso dizer foi melhor do que o livro com direito a capa mortalha-viva. Não precisou de declarações constrangedoras como “Snape sempre foi de Dumbledore”.
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 termina com emoção, ação e a sensação de saga terminada, sem nenhuma vontade de querer mais (isso não foi um comentário negativo). Com suas licenças poéticas em relação aos livros, David Yates fez um bom trabalho, agradando a fãs dos livros e dos filmes. Só gostaria que tivesse melhorado no envelhecimento dos atores na cena final e deveria ter aproveitado para mostrar as mortes que não apareceram no livro, como a de Tonks e Lupin. No mais, adeus Harry Potter!
Nota: 9
Rafael Sanzio
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