O que esperar de um
filme que se vangloria de ter “os mesmos produtores de 300”? Imortais (2011) tenta passar o mesmo
estilo épico do filme 300 (2007), mas
acaba apenas sendo um filme com menos testosterona.
Na trama (que Hollywood
continua a destruir a mitologia grega), Teseu (Henry Cavill) vive com sua mãe
em uma vila e busca uma vida sossegada. Contudo, o rei Hiperion (Mickey Rourke)
lidera sua marcha destrutiva para encontra o arco de Épiro, artefato que pode
libertar os titãs de sua prisão. Os deuses não podem intervir, mas auxiliam Teseu
para que ele possa salvar o mundo.
Ultimamente a indústria
ignora as boas histórias advindas da mitologia grega, preferindo modernizar a
trama e transformar em um tipo de vídeo game. No caso de Imortais, percebe-se a tentativa de deixar os planos de uma forma
que remetam ao filme 300. Eles
conseguem, de certa forma. Os primeiros minutos do filme são forçados demais
nessas características, todos tentando ficar em posições artísticas e
intimidadoras. Como por exemplo, a hora do aviso da invasão de Hiperion à vila
de Teseu. A partir do momento que o diretor Tarsem Singh deixa mais sutil essas
tentativas, elas funcionam de forma agradável.
Mas o que falar da
trama? Há os elementos básicos de uma trama de aventura. Sem nenhuma novidade.
O que se destaca positivamente na produção são as lutas. Muito bem
coreografadas, realistas (na medida do possível) e estilizadas. É de se admirar
a maneira como os golpes fluem de maneira precisa. Fica de fora desse elogio a
batalha contra o “minotauro” e as infelizes sequencias parecidas com as
batalhas do rei Leônidas. O que tem de estilo nas lutas faltou no figurino,
simplesmente ridículo as roupas dos deuses, principalmente os elmos. Onde
estavam com a cabeça os figurinistas Eiko
Ishioka e Simonetta Mariano para colocarem aqueles acessórios tão
carnavalescos?!
"Olha a Unidos da Grécia aí geeeeente!"
Henry Cavill tem uma
presença forte para um protagonista, podemos aumentar as esperanças quanto a
sua interpretação de Superman. Já Mickey Rourke mantém sua mesma interpretação
“I don’t care”. A atriz Freida Pinto interpreta suave demais o oráculo Phaedra,
tornando-se assim apagada em suas performances. O eterno Ivan Frost (Blade),
Stephen Dorff traz o alívio cômico de forma gratificante.
Os efeitos especiais
estão bons, o equilíbrio entre sangue e vísceras aparecendo está ótimo,
conseguindo assim transmitir realidade sem exagero. O 3D só funciona bem mesmo
no final, ou seja, nada de querer assistir esse filme em 3D.
Imortais
carece de uma história convincente e de atuações de peso. É de se espantar como
os deuses foram representados por jovens atores sem nada de interessante para
acrescentar, Fúria de Titãs pode ter sido raso, mas ao menos tinha figuras
imponentes como deuses. Mas pode ter sido a visão do diretor para o que ele
acha do ser imortal (jovem e belo). Boas lutas, mas estória fraca e previsível.
Nota:
5
Rafael Sanzio
Um comentário:
Se for fazer uma critica à sua maneira, então todo filme se vangloria de ter os mesmos diretores de tal filme, os produtores de outro. Ja vi até filmes se "vangloriando" por utilizar as mesmas câmeras de Avatar. Sim, eles usam isso parar vender mais, lógico. Nao vejo problema nisso. E do jeito que o preço do ingresso está ficando cada vez mais abusivo, isso seria um incentivo a mais ao saber do currículo dos produtores, diretores, atores... até mesmo saber da qualidade dos equipamentos usados.
Quanto ao traje dos deuses, eu já estava cansado de ver nos demais filmes Deuses aquela mesma manta de Jesus Cristo.
Na minha singela opinião esse filme merece uma continuação.
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