Para quem tem imaginação, os livros são uma forma de você viajar por vários mundos sem ter que sair de casa. Apenas aconchegado na poltrona, ou deitado na cama, curtindo o silêncio e vivenciando os dramas e alegrias dos personagens dentro daquelas páginas. O filme Coração de Tinta – O Livro Mágico, adaptação do livro Coração de Tinta da escritora alemã Cornelia Funke, cria a possibilidade de uma interação maior com as histórias fantásticas que existem nos livros, além das tenebrosas, com um forte apelo ao incentivo à leitura.
Mo Folchart (Bredan Frasier) é uma das raras pessoas com o dom da “Língua Encantada”, podendo trazer para o mundo real partes das histórias que existem dentro dos livros, personagens, objetos, climas naturais, tudo. Mas há um preço a se pagar, a cada transferência, alguém do mundo real precisa entrar no livro. E é assim que acompanhamos a história de Folchart, que busca uma maneira de trazer para o mundo real a mulher que ele ama.
O filme parece uma gangorra, tendo seus altos e baixos, nunca conseguindo manter um ritmo certo por muito tempo. Após a seqüência inicial, ele parece seguir uma linha interessante, com o suspense da busca de Folchart pelo livro Coração de Tinta e o aparecimento do personagem Dedo Empoeirado (Paul Bettany), mostrando logo de início que os personagens do livro não mantém sua aparência inicial por muito tempo, sendo tragados pela realidade que agora estão. Contudo, depois da aparição da turma de Capricórnio (Andy Serkis, o eterno Gollum) o longa fica nas idas e voltas para o mesmo cenário, que é o castelo do vilão.
Bredan Frasier está mais apagado do que o de costume, talvez por seu personagem não se enquadrar no perfil “aventuresco” como na trilogia A Múmia ou até mesmo em Viagem ao Centro da Terra. Quem se destaca mais é Paul Bettany com o seu Dedo Empoeirado (esse nome sempre me remete ao nome “Passolargo”, por que será?), a caracterização e interpretação o destaca mais dos outros por ser um tipo de anti-herói da trama. Intrigou-me a participação especial da beleza de Jennifer Connelly (Hulk, Água Negra), descobri que ela é esposa de Paul Bettany. Piada interna portanto.
O filme tem seus pontos interessantes, mas o diretor erra a mão em várias coisas. Poderia ter deixado mais interessante a própria leitura dos livros, já que é o grande conflito da história, pois mesmo antes de virar um depressivo na trama, Bredan Frasier não consegue empolgar ninguém com sua leitura. Mas a grande furada é a seqüência final, onde descamba para uma ordinária e previsível seqüência de ação onde todos os vilões ficam apenas olhando seus planos desmancharem enquanto os outros ficam feitos baratas tontas.
Coração de Tinta – O Livro Mágico tinha tudo para ser mais cativante, mas consegue ao menos passar a mensagem que os livros contêm histórias fantásticas que esperam para serem lidas e amadas. Afinal, o que tem de adaptação de livro para cinema não é brincadeira. E assim, consegue passar outra mensagem, o livro sempre é melhor que o filme! Então, que tal comprovar isso?
Nota: 6
Rafael Sanzio
Um comentário:
Poxa, a baixo de 7 eu ñ assisto ñ!!! Já são duas decepções q tenho... eram filmes q eu estava aguardando com animo mas q devido a crítica eu ñ vou gastar o meu suado dinheirinho para ve-los na telona... vou esperar pacientemente para ver na telinha... Um deles, o Coração de Tinta, e o outro, O Dia em q a Terra Parou... desceram tanto o sarrafo neste último q eu desanimei até de ver em DVD... decepção total...
Rafa me diz uma coisa... vc tem a trilogia de Matrix? Em caso positivo vc poderia me emprestar para uma Over Dose de fim de semana?
^_^
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