Superficialmente baseado na HQ coreana
de Hyung Min-Woo (na verdade só pegou o nome e a tatuagem no rosto), Padre (2011),
confere uma visão alternativa ao mito dos vampiros, tornando-os mais
animalescos e sem qualquer charme proveniente de outros filmes. A direção de
Scott Charles Stewart não exagera na violência e nem na falta dela, conferindo
ao longa-metragem um equilíbrio na ação que agrada tanto a audiência adulta
como jovem.
A guerra entre humanos e vampiros sempre
existiu. Passando por gerações, os vampiros sempre possuíram a vantagem por
serem mais fortes que seus inimigos, mas, a luz do sol impedia a aniquilação
total da raça humana. A balança pendeu quando um grupo de guerreiros criados
pela Igreja, chamados de padres, surgiram com a força necessária para derrotar
os vampiros. Agora com a ameaça controlada, os Padres foram colocados no
esquecimento, mas um deles (Paul Bettany) precisará reutilizar suas habilidades
para salvar sua sobrinha de uma possível volta dos vampiros.
Primeiramente, é triste para os fãs do
mangá (HQ oriental) serem enganados dessa forma. Se realmente gostaram do nome
da série coreana, ao menos não anunciem como adaptação e nem sequer que seja
baseado se não tiver NADA baseado, exageram quando informaram que era baseada
LIVREMENTE, nossa... foi bem livre mesmo! Ao menos o filme em si não se
considera uma adaptação, já que toma um viés totalmente diferente da trama dos
quadrinhos. A única homenagem identificada é a introdução em desenho animado,
que por sinal ficou excelente. Quanto a história, é interessante ver uma faceta
diferente dos vampiros que estamos acostumados. Com exceção de Black Hat (Karl
Urban) que representa o vampiro que a plateia desse tipo de filme reconhece. As
influências visuais da película e estética gráfica do cenário lembram muito os
filmes Blade Runner (1982) e Mad Max Além da Cúpula do Trovão (1985)
para as cidades e deserto respectivamente. O que incomoda no roteiro é o fato
de não explicarem o porquê da não destruição dos vampiros quando estes foram
dominados, talvez a resposta tenha ficado para uma possível sequencia, mas um
filme precisa ser completo, por mais que uma pretensão de outro filme esteja
preparada.
Paul Bettany é sempre esforçado em seus
papéis. Aqui o personagem mistura a angústia das privações que sofreu, com a
sede de luta que foi treinado para ter. Lembra as misturas do seu personagem
Silas em O Código da Vince (2006) e Dedo
Empoeirado (que nome...) em Coração de
Tinta – O Livro Mágico (2008). Karl Urban está à vontade como Black Hat,
apesar de se resguardar como apenas o inimigo que conta vantagem até a luta final.
Já a atuação sofrível de Cam Gigandet (Hicks) é necessária pelo seu personagem
estar ali como muleta para as explicações e ensinamentos do mundo para o
público que assiste ao filme.
Os efeitos especiais estão bons, com
exceção de algumas cenas com a locomotiva, mas lutas e sincronia entre o CG e
os atores reais estão bem feitas. Os vampiros lembram um dos monstros do filme Doom – A Porta do Inferno (2005), mas um
pouco menos anabolizado.
Infelizmente não pude conferir este
filme em 3D, mas como uma produção de entretenimento Padre realiza com sucesso seu intuito. Divertido e bem feito, um
filme de ação sobrenatural que não traz nada de novo em quesito atuação ou
roteiro, mas é uma opção para uma sessão descompromissada e sem preconceitos.
Nota:
7
Rafael
Sanzio
3 comentários:
Boa crítica. Mas, particularmente eu achei o filme uma negação. Não é o tipo de longa-metragem "no brain" que as pessoas estão acostumadas a assistir, como Adrenalia (2006) ou Os Mercenários (2010). Priest não tenta dar o caráter de ação por ação, como os filmes que eu citei. Ele tenta passar o ar sério e sobrenatural, tentando prender o espectador em um roteiro completamente sem sentido. Me dá raiva saber que eles poderiam ter feito tanta coisa (como realmente ADAPTADO a HQ - mas pelo menos ela está a salva). E por ter falhado, eu não o categorizo como bom filme. Você deu nota 7, talvez eu desse 4,5 se estivesse com bom humor. Abraço!
Bom texto crítico, Rafa. Mas na minha concepção, o filme não passa a ideia de ação "no brain" como estamos acostumados com filmes tipo Adrenalina (2006) ou Os mercenários (2010). Ele tenta prender o espectador em uma história enfadonha e MUITO RUIM. Pelo menos eu dou graças que a HQ está a salva (eu achava que era a adpatação mesmo). Você deu nota 7, eu daria 4,5 se estivesse de bom humor.
Infelizmente ou felizmente, uma de minhas bases para a nota final é diversão. Independente do roteiro, se um filme divertiu, merece uma nota alta nesse quesito, foi por isso que Priest conseguiu ficar na média.
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