Massacrado
pela crítica, o primeiro Motoqueiro
Fantasma (2007) careceu de vilões imponentes e de uma atuação menos
canastrona de Nicolas Cage (Johnny Blaze). Ciente que deveria mudar os padrões,
a dupla de diretores Mark Neveldine e Brian Taylor (Adrenalina) transformaram
Johnny Blaze em um verdadeiro motoqueiro: um homem consumido pela insanidade de
sua maldição.
Na
trama, Johnny Blaze (Nicolas Cage) já está a oito anos tentando controlar os
instintos do Motoqueiro Fantasma, criatura que tomou seu corpo após um pacto
com o diabo (Ciarán Hinds). Sua fuga terá uma pausa quando o padre Moreau (Idris
Elba) pede seu auxílio para salvar um garoto de uma terrível profecia,
salvando-o, Johnny terá a oportunidade de salvar a si mesmo.
Apesar
de ter uma trama rasa, com perseguição e a velha história do pacto que não deu
certo, o roteiro se encaixa com a dinâmica dos diretores que, se não podem
apresentar uma trama mais profunda, pelo menos apresentam um filme de ação
dinâmico como um Motoqueiro Fantasma “from hell” deve ser.
Por
mais inspirado que Nicolas Cage possa ter ficado com a produção, ele está velho
demais para encarnar o Johnny Blaze. Contudo, isso ficava mais evidente no
primeiro filme, mas com a trama do segundo filme envolvendo a fatiga e cansaço
de ser o Motoqueiro Fantasma fica mais aceitável a condição do ator para o
papel. O personagem de Ciarán Roarke faz uma versão mais pobre de Mephisto
(porém mais crível), tornando-se uma versão genérica do diabo entre os homens,
diferente do vilão no primeiro filme. Uma grata surpresa foi o ator Johnny
Whitworth, muito livre no papel do vilão Blecaute, carismático e para quem não
conhecia a trama do filme uma reviravolta inesperada (e que por sinal faria um
Johnny Blaze mais fiel aos quadrinhos).
Os
diretores trabalharam bem como as cenas de ação (já estão calejados com ações
frenéticas dos seus filmes: Adrenalina 1 e 2; Gamer). Entregaram-se a cada
tomada. É perceptível como o filme é divertido e bem elaborado em sua loucura
coreografada da ação. Os efeitos especiais tanto CG como físicos estão
equilibrados e fluem com o ritmo do longa-metragem.
Com
personagens mais fortes, marcando presença na trama (nota também para
Christopher Lambert), Motoqueiro Fantasma
– Espírito de Vingança (2012) apaga a mancha infantil do primeiro filme,
mas quando Nicolas Cage interpreta a loucura do personagem Johnny Blaze,
lembramos que ele não se encaixa no perfil desse protagonista.
Nota:
7
Rafael
Sanzio
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