Como é dirigido por Guel Arraes (Auto da Compadecida, Lisbela e o Prisioneiro) fui assistir ao filme Romance (2008) achando que veria mais uma comédia do diretor. Contudo, logo nas primeiras cenas, percebemos a densidade do tema abordado que é o amor entre os dois personagens principais da trama.
A história gira em torno do amor de Pedro e Ana, um casal que se apaixonou no teatro durante os ensaios da peça Tristão e Isolda. O conflito se dá quando Ana consegue um papel na novela das 7 e logo tenta conciliar o teatro com a televisão. Pedro não consegue dividi-la com a televisão, já que possui igual amor pelo teatro. O casal se separa para se reunir três anos depois, com Pedro como diretor de um especial de TV, onde Ana é a atriz principal, em uma adaptação da história de Tristão e Isolda para o nordeste brasileiro.
O longa serve também para mostrar o embate entre o teatro e a televisão. Tanto que a escolha de São Paulo e Rio de Janeiro foram porque o primeiro é um grande produtor e consumidor de teatro e o segundo há um foco maior de TV.
Depois dessa primeira parte do filme que choca quem esperava uma comédia, começam a surgir os toques de humor na trama graças a Andréa Beltrão, Vladimir Brichta e outras participações especiais. Mas não estou condenando o teor do filme por não ser uma comédia, o diretor Guel Arraes agiu bem em não entrar em um estereótipo apesar de deixar sua eterna marca com as gravações no sertão da Paraíba.
A atuação de Wagner Moura e Letícia Sabatella está convincente, ao representarem atores numa peça de teatro e atores da vida real, a vida imita a arte e a arte imita a vida. O filme passa essa idéia, somos protagonistas de nossas próprias tragédias, romances impossíveis e por aí vai. O ator Wagner Moura deve ter adorado encenar várias peças teatrais num mesmo filme.
Romance é ótimo, vale ressaltar apenas que não se explica a formação do triângulo amoroso, não é convincente a paixão arrebatadora que surge entre Ana e Orlando (Vladimir Brichta). Fora isso, devo apenas avisar que você não vai ver mais um Lisbela e o Prisioneiro e sim um romance, eu devia ter desconfiado quando vi o título, não é mesmo?
Nota: 9
Rafael Sanzio
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