Porque a maioria dos brasileiros preferem filmes estrangeiros, grande parte deles Hollywoodianos, ao invés de prestigiar os filmes nacionais? Na comunidade “Cinéfilos de João Pessoa” percebemos esta questão quando promovemos uma eleição do melhor filme de 2008. O resultado mostrou que a maioria vai para o cinema assistir produções de Hollywood, ou seja, preferem se arriscar com filmes que garantem a diversão do que a realidade em si. Mas os filmes brasileiros são ruins? A maioria do povo vê o cinema apenas como entretenimento e não como arte? Por que os filmes brasileiros perdem feio para Hollywood em seu próprio país? É o que vamos discutir aqui.
Os filmes brasileiros não são ruins. Há produções dispensáveis, como há também longas realmente brilhantes. Mas vamos especular, tentando achar um motivo plausível para essa derrota para as produções americanas. Lembrando que não tiro o mérito dos filmes de Hollywood, mas que apenas defendo o fim do preconceito para com os filmes brasileiros.
Uma das possibilidades é que grande parte do povo brasileiro se rendeu aos filmes de entretenimento. Mas esta condição pode até ser defendida pelo ponto de vista de que passamos por muitas tribulações e trabalho duro que queremos relaxar. Fazer pensar na mensagem de um filme brasileiro e rever nossa condição é deprimente. Os filmes brasileiros estão mais próximos de nossa realidade, mas não queremos isso, não a grande maioria. Querem fantasiar e se for para ver problemas, que sejam os dos outros, não os nossos. Como diria Cypher, do filme Matrix (1999) “A ignorância é uma dádiva”.
Marcelo Lyra, durante sua oficina de crítica cinematográfica no Fest Aruanda, abordou essa questão e apresentou outro motivo para este repúdio brasileiro pelos seus próprios filmes. Muitas pessoas os rejeitam por apresentarem muitos palavrões, xingamentos pesados. Um exemplo é Linha de Passe (2008), quase nenhum personagem escapa de dizer um palavrão bem vulgar. Mas o que essas pessoas talvez não saibam é que os filmes americanos também são recheados de palavrões pesados, as legendas deixam tudo mais leve, parecendo que o único xingamento que eles conhecem é “merda”. Mas senhores, “fuck” tem outro significado. A frase de Cypher seria bem usada aqui também.
Desviando-se para uma visão mais complexa, ouso comparar essa problemática com a visão de McLuhan. Os brasileiros também se preocupam mais com o meio que a mensagem. Vão para o cinema mais atraídos pelos seus atores, diretores do que a própria temática em si. “Tom Cruise está no filme, vamos assistir!”, “É de Steven Spielberg? Tô dentro!” e quantos atores brasileiros ou diretores brasileiros podem cativar as massas dessa maneira? O que me leva a uma possível solução para este problema.
O que não falta é propaganda para os filmes de Hollywood. Mesmo aqueles que não teriam cativado o público de primeiro momento, o fazem ir ao cinema, pois determinado filme ganhou o Oscar. É o caso de Onde os Fracos não tem Vez (2007). Tropa de Elite (2007) ganhou boa parte de sua fama através da pirataria, alguns amigos meus garantem que a maioria do público foi para o cinema graças ao marketing do “final diferente” propagado pelos produtores. Eu discordo, se o filme fosse ruim não teria levado tanta gente ao cinema. Mas sucessos como esse Tropa de Elite e Se Eu Fosse Você (2006) tem algo em comum, ambos possuem o molde americano de cinema. O primeiro por ser um filme decente de ação e o segundo por usar-se da velha história de trocas de corpos. O que falta para os outros filmes brasileiros, que possuem mensagens mais sérias, é justamente a propaganda. Falta esta propaganda que cative o público e o faça preterir os filmes americanos para assistir a um bom filme nacional.
Há outras soluções criadas, como o “mês do filme nacional” barateando o custo dos ingressos para assistir filmes brasileiros. Mas muitos não concordam com esse “desmerecimento”, mas fica a minha questão para essas pessoas (no caso diretores e produtores que defendem esse ponto de vista), vocês estão se importando mais com o orgulho ou estão comprometidos com a mensagem que querem passar para o público?
Enfim, especulações à parte, eu mesmo não gostava de assistir filmes brasileiros. Mas estou me reeducando e agora prestigio nossos filmes, claro que ainda dou prioridade aos estrangeiros, mas com o tempo quem sabe... E vocês? O que acham dessa história toda?
Os filmes brasileiros não são ruins. Há produções dispensáveis, como há também longas realmente brilhantes. Mas vamos especular, tentando achar um motivo plausível para essa derrota para as produções americanas. Lembrando que não tiro o mérito dos filmes de Hollywood, mas que apenas defendo o fim do preconceito para com os filmes brasileiros.
Uma das possibilidades é que grande parte do povo brasileiro se rendeu aos filmes de entretenimento. Mas esta condição pode até ser defendida pelo ponto de vista de que passamos por muitas tribulações e trabalho duro que queremos relaxar. Fazer pensar na mensagem de um filme brasileiro e rever nossa condição é deprimente. Os filmes brasileiros estão mais próximos de nossa realidade, mas não queremos isso, não a grande maioria. Querem fantasiar e se for para ver problemas, que sejam os dos outros, não os nossos. Como diria Cypher, do filme Matrix (1999) “A ignorância é uma dádiva”.
Marcelo Lyra, durante sua oficina de crítica cinematográfica no Fest Aruanda, abordou essa questão e apresentou outro motivo para este repúdio brasileiro pelos seus próprios filmes. Muitas pessoas os rejeitam por apresentarem muitos palavrões, xingamentos pesados. Um exemplo é Linha de Passe (2008), quase nenhum personagem escapa de dizer um palavrão bem vulgar. Mas o que essas pessoas talvez não saibam é que os filmes americanos também são recheados de palavrões pesados, as legendas deixam tudo mais leve, parecendo que o único xingamento que eles conhecem é “merda”. Mas senhores, “fuck” tem outro significado. A frase de Cypher seria bem usada aqui também.
Desviando-se para uma visão mais complexa, ouso comparar essa problemática com a visão de McLuhan. Os brasileiros também se preocupam mais com o meio que a mensagem. Vão para o cinema mais atraídos pelos seus atores, diretores do que a própria temática em si. “Tom Cruise está no filme, vamos assistir!”, “É de Steven Spielberg? Tô dentro!” e quantos atores brasileiros ou diretores brasileiros podem cativar as massas dessa maneira? O que me leva a uma possível solução para este problema.
O que não falta é propaganda para os filmes de Hollywood. Mesmo aqueles que não teriam cativado o público de primeiro momento, o fazem ir ao cinema, pois determinado filme ganhou o Oscar. É o caso de Onde os Fracos não tem Vez (2007). Tropa de Elite (2007) ganhou boa parte de sua fama através da pirataria, alguns amigos meus garantem que a maioria do público foi para o cinema graças ao marketing do “final diferente” propagado pelos produtores. Eu discordo, se o filme fosse ruim não teria levado tanta gente ao cinema. Mas sucessos como esse Tropa de Elite e Se Eu Fosse Você (2006) tem algo em comum, ambos possuem o molde americano de cinema. O primeiro por ser um filme decente de ação e o segundo por usar-se da velha história de trocas de corpos. O que falta para os outros filmes brasileiros, que possuem mensagens mais sérias, é justamente a propaganda. Falta esta propaganda que cative o público e o faça preterir os filmes americanos para assistir a um bom filme nacional.
Há outras soluções criadas, como o “mês do filme nacional” barateando o custo dos ingressos para assistir filmes brasileiros. Mas muitos não concordam com esse “desmerecimento”, mas fica a minha questão para essas pessoas (no caso diretores e produtores que defendem esse ponto de vista), vocês estão se importando mais com o orgulho ou estão comprometidos com a mensagem que querem passar para o público?
Enfim, especulações à parte, eu mesmo não gostava de assistir filmes brasileiros. Mas estou me reeducando e agora prestigio nossos filmes, claro que ainda dou prioridade aos estrangeiros, mas com o tempo quem sabe... E vocês? O que acham dessa história toda?
Rafael Sanzio
3 comentários:
legal, filmes brasileiros são bons, mas sei la, falta algo, são mts realisticos, mas agora os filmes digamos de ação brasileira, é mt bom, n tem mega explosoes é mais realisticos
Brasileiros não gostam de filmes nacionais porque são todos genéricos. Só violência, violência, violência...Isso estressa!! Podiam mudar o disco. Por que o Brasil não tem filmes como Abre Los Ojos(que deu origem a Vanilla Sky)??? É um filme inteligente e barato, mas os únicos filmes nacionais que não seguem o padrão violência são os de comédia. Mostrar a realidade?? Você já assistiu tanto esses filmes que já tá acreditando que nosso país só tem isso. Eu, por exemplo, não me identifico com esses filmes porque não é o que eu vejo no cotidiano, nem o que ninguém vê. Não estou exaltando Hollywood, só estou dizendo que os filmes nacionais deveriam ser mais variados....
Acho que os filmes brasileiros deveriam ter mais variedades. Monstros, aventura, terror. A maioria dos filmes daqui só falam de favelas e de problemas familiares.
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