domingo, 17 de janeiro de 2010

Avatar


Após anos James Cameron surge com sua obra-prima tecnológica. Avatar (2009) possui um roteiro simples, com a jornada do herói bem definida, destacando-se mais para os seus tão alardeados efeitos especiais, que tinham motivos para o alarde. Com imagens belíssimas, Avatar surge como o melhor filme de ficção científica de 2009 (sim, é melhor que Star Trek).

O ano é de 2154, a humanidade explora um planeta chamado Pandora, suas intenções são para com o minério chamado unobtainium que apenas um 1kg vale 20 bilhões de dólares. Selfridge (Giovanni Ribisi) é o chefe da iniciativa exploratória e quer a qualquer custo encontrar a maior quantidade desse minério. O problema são os seres nativos do planeta, chamados Na’vi. Para resolver a situação diplomaticamente, os cientistas humanos misturam DNA humano com os dos nativos criando seres artificiais que podem ser “pilotados” por humanos através de conexões cerebrais. Jake Sully ( Sam Worthington) chega a base para controlar um desses seres artificiais, intitulados de avatares, Jake é o primeiro fuzileiro a controlar um avatar, chamando a atenção do Coronel Quaritch (Stephen Lang). Entre os Na’vi, Jake deve escolher entre servir a humanidade ou ajudar os alienígenas.

A história remonta a própria história da humanidade onde os países “civilizados” apropriam-se de “novas” terras e começam o processo exploratório e de exterminação cultural. Podemos fazer associação aos índios, a colonização da África e demais marcos da história onde potências dominam países ou continentes tidos como selvagens. Há espaço também para referências ao imperialismo norte-americano. O roteiro é bastante simples em uma primeira análise, há a jornada do herói, que recebe o chamado, sofre momentaneamente para aceitar sua verdadeira missão, há os mentores que aparecem na jornada para ensinar o caminho ao herói e também existem os aliados que estão destinados à morte.

O que chama atenção e que na realidade é o chamariz do filme são seus efeitos especiais. Avatar possui uma qualidade técnica até então nunca vista. Os humanos são adicionados aos ambientes gráficos de forma quase impecável, com uma pequena exceção acerca daqueles montados nos robôs de combate, mas as demais cenas colocam no chão qualquer filme produzido até agora, como King Kong (2005), Senhor dos Anéis (2001, 2002, 2003), Distrito 9 (2009). Não é coincidência ter citado filmes com a participação de Peter Jackson, o diretor da série Senhor dos Anéis é um dos diretores que trabalha para chegar ao limite da tecnologia dos filmes atuais. Em Avatar podemos ver as expressões dos atores nos Na’vi, além de ter a sensação daquelas criaturas serem reais. Até mesmo em cenas que supostamente são todas feitas em computação gráfica a textura produz uma fantástica sensação de realidade. E imaginar este filme em 3-D é um acréscimo a escala técnica desta super-produção.

A direção de James Cameron preza pela sensação do real. A maioria dos planos iniciais são com câmera na mão, com direito a enquadramentos caóticos sujeitos a mudanças bruscas de plano. Tudo isso é para evitar o artificialismo das cenas se utilizassem planos perfeitos nas seqüências em CGI. James Cameron utiliza-se de muita câmera lenta, ou para dar detalhes de uma cena de combate como para dar ênfase ao estado catatônico de um personagem em uma cena dramática. A trilha sonora também serve para reforçar a semelhança dos Na’vi com a cultura africana, mas a trilha também tem pontos negativos, principalmente nos momentos de reviravolta nas batalhas utilizando fanfarras que chegam até ser infantis ao invés de épicas, como na seqüência onde a batalha muda de vencedor quando o planeta junta-se a guerra.

Sam Worthington demonstra que será o ator da vez em filmes de ação com Exterminador do Futuro – A Salvação (2009) e o remake de Fúria de Titãs em seu currículo, mas com Avatar ele embarca também em um desenvolvimento romântico interacial. Há uma distinta diferença interpretativa entre os Na’vi artificiais e os nativos. É de se imaginar a atriz Zöe Saldana na cabine de dublagem rugindo e ameaçando com os dentes arreganhados tamanha a perfeição de transmissão de expressão que o filme proporciona. Já o ator Stephen Lang dá ao Coronel Quaritch características de um militar texano, mais um bom exemplo para estampar a arrogância norte-americana.

Em 3-D Avatar é uma experiência única, em sua versão normal o filme é um ótimo exemplar de ficção científica e que agrada também aqueles que gostam de filmes com efeitos especiais extraordinários.


Nota: 9

Rafael Sanzio

2 comentários:

Marcelo Cotinha disse...

Boa Crítica amgio! Gostei do filme também! Tenho um blog que trata do assunto também! Da uma entrada lá! É bom que trocamos idéias, ja que temos gostos semelhantes quando se fala de Sétima Arte!
http://c3-cotinhaaocubo.blogspot.com/
Parabéns!!

Lobo disse...

Vale observar que há uma cena que é idêntica a uma filmagem de guerra. Onde uma mãe carrega um filho aos prantos e outras pessoas saem. Até isso foi capturado da realidade... ;)
Muito boa a crítica.
Abração