segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

As Aventuras de Tintim – O Segredo do Licorne 3D (The Adventures of Tintin – The Secret of the Unicorn) – Recomendo!



As Aventuras de Tintim, criada pelo belga Hergé, foi uma das minhas literaturas de infância, juntamente com Asterix. O formato da revista diferenciado já mostrava os indícios de uma leitura bem feita. Como fã de uma boa história, a notícia desta transposição para a mídia cinematográfica trouxe uma excitação perante as possibilidades que as aventuras de Tintim poderiam trazer ao público. Com dois fãs à frente do projeto, Steven Spielberg e Peter Jackson, tudo indicava que daria certo. E deu!

As Aventuras de Tintim – O Segredo de Licorne (2011) acompanha o jovem repórter investigativo Tintim (no original Jamie Bell) em busca da verdade sobre um misterioso modelo de navio que guarda os segredos da família Licorne. Para desvendar o mistério, ele terá que se juntar ao bêbado Capitão Haddock (no original Andy Serkis) e fugir do homem que quer se vingar da família Licorne.

Mesmo sendo um personagem “novo” para o público, os roteiristas Steven Moffat, Edgar Wright e Joe Cornish foram inteligentes em não tentar criar uma história de origem. Com a animação dos créditos iniciais, já demonstra a curiosidade e a familiaridade que Tintim tem para desvendar casos e entrar em confusões. Na primeira cena dentro da sua casa, matérias jornalísticas também entregam pistas do lado detetive de Tintim. A trama desenvolve-se de forma suave, sem atropelos ou no empurrão de personagens. Nós gostamos do protagonista depois de alguns momentos percebendo a integridade e inteligência do personagem. Já o Capitão Haddock cativa o público pelo oposto, ser alguém leal, mas com diversas falhas que torcemos para que as vença.

Steven Spielberg utiliza-se da mesma técnica de efeitos especiais usados nos filmes: Os Fantasmas de Scrooge (2009), A Lenda de Beowulf (2007) e Expresso Polar (2004). O filme esteticamente está perfeito, a textura da pele bem como cenários é de se impressionar, a movimentação também está natural (vale salientar que tempos atrás isso era difícil de conseguir sem parecer robótico). O 3D do filme é sensacional, não há muitas cenas com “jogo de objetos no rosto do público”, mas a profundidade é algo estonteante, principalmente nos momentos de ação.



Com uma história excelente Tintim também entrega cenas de ação bem coreografadas e emocionantes. Na perseguição aos pergaminhos é de fazer você quase se levantar da cadeira.

As Aventuras de Tintim – O Segredo de Licorne é uma grande aventura ao estilo já consagrado de Steven Spielberg, talvez com uma finalização não tão grandiosa como alguns irão esperar, mas a vontade de ver mais aventuras de Tintim é garantida!

Nota: 10

Rafael Sanzio

sábado, 7 de janeiro de 2012

Imortais 3D (Immortals 3D)



O que esperar de um filme que se vangloria de ter “os mesmos produtores de 300”? Imortais (2011) tenta passar o mesmo estilo épico do filme 300 (2007), mas acaba apenas sendo um filme com menos testosterona.

Na trama (que Hollywood continua a destruir a mitologia grega), Teseu (Henry Cavill) vive com sua mãe em uma vila e busca uma vida sossegada. Contudo, o rei Hiperion (Mickey Rourke) lidera sua marcha destrutiva para encontra o arco de Épiro, artefato que pode libertar os titãs de sua prisão. Os deuses não podem intervir, mas auxiliam Teseu para que ele possa salvar o mundo.

Ultimamente a indústria ignora as boas histórias advindas da mitologia grega, preferindo modernizar a trama e transformar em um tipo de vídeo game. No caso de Imortais, percebe-se a tentativa de deixar os planos de uma forma que remetam ao filme 300. Eles conseguem, de certa forma. Os primeiros minutos do filme são forçados demais nessas características, todos tentando ficar em posições artísticas e intimidadoras. Como por exemplo, a hora do aviso da invasão de Hiperion à vila de Teseu. A partir do momento que o diretor Tarsem Singh deixa mais sutil essas tentativas, elas funcionam de forma agradável.

Mas o que falar da trama? Há os elementos básicos de uma trama de aventura. Sem nenhuma novidade. O que se destaca positivamente na produção são as lutas. Muito bem coreografadas, realistas (na medida do possível) e estilizadas. É de se admirar a maneira como os golpes fluem de maneira precisa. Fica de fora desse elogio a batalha contra o “minotauro” e as infelizes sequencias parecidas com as batalhas do rei Leônidas. O que tem de estilo nas lutas faltou no figurino, simplesmente ridículo as roupas dos deuses, principalmente os elmos. Onde estavam com a cabeça os figurinistas Eiko Ishioka e Simonetta Mariano para colocarem aqueles acessórios tão carnavalescos?!

"Olha a Unidos da Grécia aí geeeeente!"

Henry Cavill tem uma presença forte para um protagonista, podemos aumentar as esperanças quanto a sua interpretação de Superman. Já Mickey Rourke mantém sua mesma interpretação “I don’t care”. A atriz Freida Pinto interpreta suave demais o oráculo Phaedra, tornando-se assim apagada em suas performances. O eterno Ivan Frost (Blade), Stephen Dorff traz o alívio cômico de forma gratificante.

Os efeitos especiais estão bons, o equilíbrio entre sangue e vísceras aparecendo está ótimo, conseguindo assim transmitir realidade sem exagero. O 3D só funciona bem mesmo no final, ou seja, nada de querer assistir esse filme em 3D.

Imortais carece de uma história convincente e de atuações de peso. É de se espantar como os deuses foram representados por jovens atores sem nada de interessante para acrescentar, Fúria de Titãs pode ter sido raso, mas ao menos tinha figuras imponentes como deuses. Mas pode ter sido a visão do diretor para o que ele acha do ser imortal (jovem e belo). Boas lutas, mas estória fraca e previsível.

Nota: 5

Rafael Sanzio