terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O Gato de Botas (Puss in Boots)



Não seria justo com a animação da Dreamworks dizer que O Gato de Botas (2011) é um novo fôlego para o mundo de Shrek. Apesar de utilizar o mesmo estilo gráfico, o filme solo do Gato de Botas possui uma identidade própria, seja ela boa ou má.

Na trama, o Gato de Botas (Antonio Bandeiras) é um foragido da lei que tenta limpar seu nome, a oportunidade surge quando os feijãozinhos mágicos são encontrados. Cabe agora ao Gato fazer uma aliança com um velho conhecido para conseguir o prêmio máximo: os ovos de ouro do gigante do pé-de-feijão.

A história conta a origem do Gato de Botas. Como seu trejeito é de um amante latino, o roteiristas Brian Lynch, David H. Steinberg, Tom Wheeler e Jon Zack optaram por criar um mundo à parte da fantasia em exagero de Shrek para dar algo mais real e com as características espanholas. O uso da música latina confere ao Gato de Botas um ritmo agitado nas cenas de ação e como serenata nos momentos de reflexão.
A sensação é de ver um personagem novo, aprofundando-se mais na sua personalidade para nos cativar com seu processo evolutivo na trama. O problema está nos seus companheiros, não há coadjuvantes fortes para nos encantar. Jack (Billy Bob Thornton) e Jill (Amy Sedaris) são dois brutamontes que possuem uma trama paralela forçada de querer ter filhos. Já Kitty Pata Mansa (Salma Hayek), companheira do Gato, possui uma parca história de vida e que só temos o interesse por sua personagem pelo jogo de sedução entre ela e o Gato. Já Humpty Dumpty (Zach Galifianakis) consegue se igualar ao Gato, pelo seu jeito diferente e espalhafatoso.



A animação está bem feita. Principalmente os gatos. Se percebermos os detalhes, poderemos ver os dentes quase reais dos animais, além da equipe ter captado com perfeição as reações dos felinos. As cenas de ação estão bem coreografadas, tanto com as de perseguição quanto as lutas de esgrima do Gato de Botas.

Com menos humor non-sense (mas quando tem é hilário), O Gato de Botas caracteriza-se como uma animação de aventura, contando a origem do coadjuvante carismático de Shrek, mas precisando ainda refinar-se e perder alguns momentos de queda de ritmo que transformam algumas cenas monótonas.

Nota: 8

Rafael Sanzio

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 (Breaking Dawn – Part 1)


Se você já chegou até aqui, quer dizer que você é fã ou gosta dos filmes ou é um pentelho que gosta de assistir para depois zoar com os fãs da série Crepúsculo. A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 (2011) é a primeira parte do final da saga Crepúsculo nos cinemas. O desenvolver do filme foi feito pensando nas pessoas que gostam do mundo criado pela autora Stephenie Meyer, se você gosta dos monstros clássicos, é impossível você ter uma visão crítica imparcial do filme. Você irá achar defeito em tudo, vai ridicularizar tudo e seu senso crítico vai para o brejo. A mesma irracionalidade proveniente dos fãs quanto à análise do filme é igual à irracionalidade daqueles que odeiam o filme. Portanto, se você odeia o filme vá procurar outro entretenimento.

A história mostra o tão aguardado casamento de Bella Swan (Kristen Stewart) com Edward Cullen (Robert Pattinson) e todas as implicações que se devem ao fato. Na lua de mel, Bella e Edward ficam juntos antes de transformá-la em vampira, mas algo inacreditável acontece, Bella fica grávida. Agora se segue uma tortura para o casal, enquanto o bebê mata pouco a pouco sua mãe e a criação de tal criatura viola o pacto entre os Cullens e os lobos de Forks.

A adaptação do quarto livro da série foi bem sucedida. A sequencia longa dos preparativos do casamento e o próprio casamento deve-se ao fato de que o público que acompanha os filmes estava esperando por esse momento, então, nada mais justo do que mostrar as reações, sentimentos, de todos os personagens coadjuvantes em relação ao evento. Apesar de possuir lobos gigantes e vampiros, não podemos nos prender ou esperar ação. Afinal, é um filme de romance com tons sobrenaturais. Por isso, a construção do enredo envolve os sentimentos de amor de Bella e o real medo em perder contato com a família e o amor de Edward e o medo de selar o destino trágico da alma de sua amada.

É sempre esquisito ver nosso país retratado por um filme estrangeiro e com A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 não foi diferente. Fica difícil dizer se era necessário mostrar uma cena com samba e gente dançando, mas podemos dizer que essa cena teve necessidade para contrapor com o futuro de Bella: energia, calor e alegria mostrados na dança e ao se tornar uma vampira vai ser fria e não sentir esse calor no corpo.




Os efeitos especiais estão, mais uma vez, eficientes. Meu medo inicial com Crepúsculo foi imaginar que os lobos gigantes seriam apenas lobos de verdade, mas fico alegre em saber que os produtores ganharam dinheiro suficiente para investir nos efeitos especiais. A luta dos lobos contra os vampiros é um pouco desorganizada, de difícil leitura do que está acontecendo. Mas a melhor cena envolvendo efeitos especiais e direção vai para a reunião dos lobos. A forma como é mostrada a ligação de Jacob com os integrantes da matilha, várias vozes em um mesmo lugar, além da transformação dessas vozes para algo animalesco. A disputa entre Jacob e Sam empolga qualquer um, apesar dos fãs de ação com certeza irão se decepcionar com o resultado final do embate.

A interpretação por parte dos atores de Crepúsculo mantém o ritmo da Saga. Com a diferença de Kristen Stewart, que deixa a adolescente Bella para moldar uma versão mais madura da personagem. Destaque também para Billy Burke (Charlie Swan), seu jeito de pai preocupado, mas sem querer demonstrar sentimentos diverte qualquer um. Única atuação que dá agonia em testemunhar é a da “atriz” Julia Jones (Leah Clearwater), difícil assistir a falta de expressão e emoção.

A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 demonstra todo o potencial de romance da série em sua conclusão, mostra o imprinting de Jacob de forma poética e o amor chegando à morte entre Edward e Bella. A segunda parte de Amanhecer promete mais ação e tensão para o confronto entre Volturis e Cullens. Enquanto isso fica a dica: quer uma maquiagem perfeita e permanente? Vire uma vampira.

Nota: 7,5

Rafael Sanzio

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Maratona Saga Crepúsculo




No dia 17 de novembro a partir das 16h ocorrerá a Maratona Saga Crepúsculo no Box Cinemas. Os fãs da obra de Stephenie Meyer passarão o dia assistindo aos quatros filmes da série, sendo o último filme, a pré-estréia: Amanhecer – Parte 1.

Durante os intervalos haverá distribuições de brindes pela turma do Fique Ligado e empresas que apóiam o evento. Muitos fãs clubes já garantiram seus ingressos, mas a Cultura Inglesa Tambauzinho reservou 4 ingressos para premiar os vencedores da Promoção “Breaking Dawn”.

Para participar, basta curtir a Fanpage da Cultura Inglesa Tambauzinho e seguir o twitter @citambauzinho. Serão quatro perguntas postadas na Fanpage durante o período de 08/11 à 16/11 sobre a Saga Crepúsculo, quem responder primeiro em inglês e corretamente, ganhará 1 ingresso para a Maratona Crepúsculo. Curtam e confiram o regulamento.

A Saga Crepúsculo começou nos cinemas em 2008, baseado no livro de mesmo nome, tornando-se um sucesso de público e fãs. A história mostra uma garota da cidade grande, Bella, chegando à cidadezinha de Forks. Lá, apaixona-se por Edward Cullen, um vampiro que se encanta por Bella, mas possui uma sede incontrolável pelo sangue da garota.

O filme Amanhecer – Parte 1 é a primeira parte que encerrará a história de Bella e Edward. A estréia oficial será no dia 18 de novembro.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Modo de Avaliar um Filme



Um amigo meu questiona frequentemente  as notas que aplico aos filmes criticados. As vezes dizendo que sou bom demais em dar uma nota, sob a perspectiva dele, alta demais. Observando isso, cogitei a possibilidade de alguns leitores terem essa mesma dúvida. Não para me justificar, mas para esclarecer como faço minha avaliação de filmes, elaborei esse post para explicar melhor como tudo funciona aqui no Olhar de um Crítico.

Divido o filme em cinco categorias, cada uma podendo ser de 0 à 10. Ao final, soma-se tudo e divide por 5. Vamos as categorias:

Roteiro: Um bom filme tem que ter um bom roteiro. Uma história que envolve o público e que tenha bons argumentos para explicar os acontecimentos na trama. Se não for parte da proposta, correr de clichês do gênero e apresentar um final coerente com o desenvolvimento do filme.

Interpretação: Um filme pode até ter uma boa história, mas se tiver atores ruins ou que não acreditam no projeto serão um ruído eterno que vai nos incomodar até o final da história.

Efeitos Especiais: Aqui analisa a qualidade dos efeitos especiais de um filme. Mesmo que não possua efeitos especiais é analisada nessa categoria: cenário, figurino, direção de arte e fotografia.

Direção: Aqui se observa as escolhas feitas pelo diretor, tudo passa pela mão dele, portanto, é culpa dele o filme estar como está. Se os produtores mexeram no trabalho, sinto muito, mas o diretor continua assinando o projeto e é julgado por tal. Aqui também analisa a edição, que se não for bem feita acaba com filmes de ação.

Diversão: A última categoria e talvez a que ajude filmes “ruins”. Porque ela existe? No final das contas estamos analisando filmes de entretenimento e existem alguns que não possuem a pretensão de ser um ganhador do Oscar. Além do mais, filmes de ação em sua maioria não possuem um excelente roteiro, mas possuem vários fãs. Porque eu iria dar um 0 se eles têm suas qualidades em relação a diversão? Por isso existe essa categoria e se um filme não é de ação, mas é bom, com certeza irá divertir da mesma forma.

Agora só não venham perguntar que nota apliquei para cada categoria de um filme!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Conan, o Bárbaro (Conan)



Muitos estão comparando esse novo Conan (2011) com o filme de 1982 com Arnold Schwazenegger. Temos que encarar que aqui é uma nova proposta, da mesma forma que o filme com o ex-governador da Califórnia foi, porque, quem acha que aquele Conan se parecia com o personagem do autor Robert E. Howard no qual foi baseado, está bem enganado.

Na trama conhecemos Conan (Jason Momoa), nascido na guerra e feito para matar. Desde criança (Leo Howard) mostrou habilidade incríveis para a batalha. Até que um dia sua tribo é dizimada por Zym (Stephen Lang), que busca juntar os pedaços de uma máscara antiga para ressuscitar sua esposa. Conan cresce alimentando essa vingança, bem como aperfeiçoando suas habilidades com a espada para ser digno de usar o artefato criado pelo pai.

O roteiro vocês sabem o que esperar. O que foi a crítica negativa de alguns não me influenciou, o divertido de Conan são as quantidades de vilões que ele tem que estripar, cada um com uma característica diferente, apesar de não serem bem desenvolvidos na interpretação, são melhores aproveitados do que os vilões coadjuvantes de filmes como Electra (2005) e Motoqueiro Fantasma (2007). O que incomoda é o fato de uma não explicação lógica para as tribos não destruírem a máscara, porque se ela foi despedaça poderia muito bem ser destruída, queimada etc.

"Sim, a grande máscara que não dá poder algum! Bwahaahaha!" 

O destaque da produção é do ator Leo Howard, o jovem que faz Conan quando criança rouba a cena do filme, ficamos até imaginando como seria as aventuras de Conan nessa idade. Mas Jason Momoa é um bom Conan? Ele não lembra Khal Drogo, seu personagem na série da HBO Games of Thrones. Ele criou um personagem forte, mas há mais deslizes em sua interpretação do que um equilíbrio do personagem Conan deveria ser. Os vilões estão caricatos, forçados e esquecíveis.

A direção de Marcus Nispel acerta no tom da violência, não exagerando nem saindo de linha. Talvez a cena inicial choque, mas poderia ser bem pior. A montagem é fraca, é decepcionante o trabalho de continuidade do longa. Uma hora o bárbaro está lutando à cavalo em outra ele está perseguindo e dessa vez bem lá atrás do oponente. Não há uma ligação coerente entre as cenas, percebemos que há takes diferentes de uma mesma sequencia.

Com um final totalmente anticlímax, pois a batalha com o Khalar Zym deveria realmente ser uma batalha em um lugar grandioso, Conan consegue ser um filme mais equilibrado que seu antecessor, mas possui vários defeitos provenientes do gênero.

Nota: 6

Rafael Sanzio

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Cowboys & Aliens (Cowboys and Aliens)


Mente aberta. É o que precisa ter para assistir Cowboys & Aliens (2011). Uma das críticas negativas ao filme foi o fato de que ao juntar o gênero western com sci-fi o diretor Jon Favreau não conseguiu agradar a nenhum dos fãs dos dois gêneros. O que acontece aqui é que o filme não é um western e sim um filme de ficção científica, por mais que aconteça no ano de 1873. Dito isso, a boa vontade tem que partir dos fãs do gênero faroeste e engolir as explicações científicas que acontecem durante todo longa-metragem.

Um cowboy (Daniel Craig) acorda no meio do deserto sem ter qualquer memória de quem é ele, possuindo apenas um estranho bracelete de metal em seu pulso. Já na cidade, descobre ser um foragido da lei e entra em confronto com o Coronel Woodrow Dolarhyde (Harrison Ford). Antes que tudo acabe em sangue, alienígenas invadem a cidadezinha e começa o ataque aos seres humanos. Com essa nova ameaça, o Cowboy sem memória precisa lembrar de seu passado e enfrentar essas criaturas do espaço.

Admitindo meu apreço pelo gênero western, posso dizer que a trama em seus momentos iniciais é bem envolvente, com a trilha sonora típica do gênero. É interessante como o roteiro insere os alienígenas em uma primeira aparição misteriosa digna das histórias de abdução alien. Infelizmente o mistério é pouco, não temos tempo de absorver aquelas aparições e nem o clima de faroeste, pois em poucas cenas somos jogados em uma aventura científica com os alienígenas atacando a todo o momento. Passado essa estranheza inicial, nos acostumamos com essa mistura de gêneros (e é preciso se acostumar ou então você pode odiar cada minuto do filme), com os clichês de ambos os lados (aliens com couraça protegendo sua verdadeira forma e personagens típicos de uma trama de faroeste). Difícil é ver algumas forçadas no roteiro para o avanço da história, como a total aceitação imediata do protagonista a uma revelação na trama, não posso dizer sem dar spoiler, mas ficamos com a expressão “vai engolir essa desculpa?!”.

No quesito interpretação Daniel Craig está uma porta em relação a emoção. Harrison Ford mostra seu lado rabugento (que é proveniente de sua personalidade normal) e com momentos emocionantes, bastando uma expressão facial do ator veterano para sabermos o que está acontecendo com o personagem. Outra interpretação que talvez tenha passado despercebida é a do ator Adam Beach (Nat Colorado), o personagem contém uma grande carga emocional , em poucas cenas ele consegue transpor seus conflitos para a tela e suas cenas com Harrison Ford são emocionantes com seus subtextos. Fica ao encargo de Sam Rockwell (Doc) e o padre o alívio cômico do filme. Já Olivia Wilde (Ella Swenson) empresta apenas sua beleza ao longa.

"Caraca, poderiam ter esperado mais um pouco..."

Mas o filme é bom ou ruim? Há uma explicação rasa, mas lógica, para a chance de sucesso da raça humana daquela época contra alienígenas mais desenvolvidos. Fãs do gênero sci-fi vão torcer o nariz, pois a maioria dos filmes de invasão alienígena atuais, o exército americano custa para ganhar, mas lembrem-se, geralmente as invasões da época atual já são em escala total e as infiltrações aliens de reconhecimento da Terra já tinham sido feitas. Já para o clima faroeste, depois de um tempo, fica interessante ver os clichês do gênero inserido nessa loucura espacial.

A trilha sonora de Harry Gregson-Williams fica ao lado do clima de faroeste, funcionando em quase todos os momentos, apenas em algumas sequencias o tom fica “aventuresco” demais, como na cena desnecessária de pulo na aeronave. Talvez ter Indiana Jones no elenco influenciou na escolha dos tons das músicas.

Cowboys & Aliens não é um faroeste, pois ficamos com a sensação estranha durante todo filme que o gênero foi maculado por uma invasão alienígena. Cowboys & Aliens é uma ficção científica, só assim para absorver algumas explicações, mas mesmo assim acredito que os fãs do gênero pensarão “perder para cowboys, como?!”. Entre raios e balas, Cowboys & Aliens pode não ter acertado ninguém.

Nota: 6

Rafael Sanzio




segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Padre - Sem Cortes (Priest)



Superficialmente baseado na HQ coreana de Hyung Min-Woo (na verdade só pegou o nome e a tatuagem no rosto), Padre (2011), confere uma visão alternativa ao mito dos vampiros, tornando-os mais animalescos e sem qualquer charme proveniente de outros filmes. A direção de Scott Charles Stewart não exagera na violência e nem na falta dela, conferindo ao longa-metragem um equilíbrio na ação que agrada tanto a audiência adulta como jovem.

A guerra entre humanos e vampiros sempre existiu. Passando por gerações, os vampiros sempre possuíram a vantagem por serem mais fortes que seus inimigos, mas, a luz do sol impedia a aniquilação total da raça humana. A balança pendeu quando um grupo de guerreiros criados pela Igreja, chamados de padres, surgiram com a força necessária para derrotar os vampiros. Agora com a ameaça controlada, os Padres foram colocados no esquecimento, mas um deles (Paul Bettany) precisará reutilizar suas habilidades para salvar sua sobrinha de uma possível volta dos vampiros.

Primeiramente, é triste para os fãs do mangá (HQ oriental) serem enganados dessa forma. Se realmente gostaram do nome da série coreana, ao menos não anunciem como adaptação e nem sequer que seja baseado se não tiver NADA baseado, exageram quando informaram que era baseada LIVREMENTE, nossa... foi bem livre mesmo! Ao menos o filme em si não se considera uma adaptação, já que toma um viés totalmente diferente da trama dos quadrinhos. A única homenagem identificada é a introdução em desenho animado, que por sinal ficou excelente. Quanto a história, é interessante ver uma faceta diferente dos vampiros que estamos acostumados. Com exceção de Black Hat (Karl Urban) que representa o vampiro que a plateia desse tipo de filme reconhece. As influências visuais da película e estética gráfica do cenário lembram muito os filmes Blade Runner (1982) e Mad Max Além da Cúpula do Trovão (1985) para as cidades e deserto respectivamente. O que incomoda no roteiro é o fato de não explicarem o porquê da não destruição dos vampiros quando estes foram dominados, talvez a resposta tenha ficado para uma possível sequencia, mas um filme precisa ser completo, por mais que uma pretensão de outro filme esteja preparada.


Paul Bettany é sempre esforçado em seus papéis. Aqui o personagem mistura a angústia das privações que sofreu, com a sede de luta que foi treinado para ter. Lembra as misturas do seu personagem Silas em O Código da Vince (2006) e Dedo Empoeirado (que nome...) em Coração de Tinta – O Livro Mágico (2008). Karl Urban está à vontade como Black Hat, apesar de se resguardar como apenas o inimigo que conta vantagem até a luta final. Já a atuação sofrível de Cam Gigandet (Hicks) é necessária pelo seu personagem estar ali como muleta para as explicações e ensinamentos do mundo para o público que assiste ao filme.

Os efeitos especiais estão bons, com exceção de algumas cenas com a locomotiva, mas lutas e sincronia entre o CG e os atores reais estão bem feitas. Os vampiros lembram um dos monstros do filme Doom – A Porta do Inferno (2005), mas um pouco menos anabolizado.

Infelizmente não pude conferir este filme em 3D, mas como uma produção de entretenimento Padre realiza com sucesso seu intuito. Divertido e bem feito, um filme de ação sobrenatural que não traz nada de novo em quesito atuação ou roteiro, mas é uma opção para uma sessão descompromissada e sem preconceitos.

Nota: 7

Rafael Sanzio

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Lanterna Verde (Green Lantern)


O ponto fraco da produção da Warner Bros é o seu protagonista, Ryan Reynolds não demonstra a força de vontade necessária para levar o filme de super-herói da DC. Lanterna Verde (2011) é uma ótima adaptação do mundo do personagem dos quadrinhos da editora, mas precisa de pessoas mais empolgadas com o projeto para dar vida ao que se passa durante o longa-metragem.

Na trama do filme, existem várias forças no universo que produzem o equilíbrio em tudo que tem vida. Uma dessas forças é a cor verde, representando a força de vontade de cada criatura dos universos existentes. Os Guardiões da Galáxia são seres antigos que canalizaram essa força verde para formar a Tropa dos Lanternas Verdes, 3.600 defensores da paz do universo que protegem os mundos com sua força de vontade para o bem. Contudo, um ser que se corrompeu com a força amarela do medo, libertou-se da prisão e agora começa a devastar os mundos da galáxia. Essa ameaça provoca algo novo na Tropa dos Lanternas Verdes, o primeiro humano é escolhido, Hal Jordan (Ryan Reynolds) para ser o novo membro da tropa.

Não há problemas com a adaptação. As explicações são claras para aqueles que não conhecem o universo do herói. O anel do lanterna verde tem vontade própria (olá Senhor dos Anéis) para escolher os próximos lanternas e sua força estar ligada ao quanto de força de vontade seu usuário possui. Da mesma forma é bem dividida as tramas entre Parallax, a criatura corrompida pela força do medo, e o elenco humano que demonstra os interesses negativos da nossa raça.

Como explicado anteriormente o ponto negativo do filme é Ryan Reynolds, há vários motivos para isso, primeiro o fato do ator interpretar como interpreta a maioria dos seus personagens cômicos. Outro motivo é a falta de vontade (ironia com a trama do filme) na sua interpretação durante os momentos emocionantes que deveríamos crer no que o personagem diz, as cenas mais chatas do filme são as que Hal Jordan e Carol Ferris (Blake Lively) interagem, não pelo roteiro, mas pelas interpretações. Mark Strong faz o que tem que fazer, um Sinestro firme e sério, não dando muito espaço para interpretação, mas com forte presença. A interpretação de Peter Sarsgaard está ótima para o rejeitado Hector Hammond, percebemos que existe bondade, até mesmo humildade no personagem, mas as adversidades e como lhe trataram o deformaram.


Os efeitos especiais são muito bons, parabéns para a 4DMax, Gnomon Studios, Plowman Craven & Associates. Com exceções a pequenos momentos, como por exemplo, quando Hal acorda em Oa (planeta lar dos Guardiões da Galáxia), onde percebemos que Reynolds está inserido em um mundo digitalizado e na sequencia onde Hal aparece pela primeira vez para o povo da terra, os efeitos parecem saídos do filme do Máskara. Afora isso, eles concedem uma perfeição visual excelente para o filme, com cenas de ação bem coreografadas e que possuem uma boa sincronia com os efeitos especiais digitais.

Com uma boa história, efeitos especiais de qualidade, Lanterna Verde é um ótimo exemplo de que técnica e talento devem ser bons no mesmo nível. Não adianta uma maravilha visual, se seus atores não estão curtindo conosco essa maravilha, apesar de ter várias cenas no fundo verde, que no caso deve ter sido azul, não serve como desculpa, pois, as cenas que dependiam de boa interpretação foram feitas junto com pessoas reais. Faltou motivação para Ryan Reynolds, como também faltou público americano para o filme se dar bem na bilheteria.

Nota: 7

Rafael Sanzio

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quero matar meu Chefe (Horrible Bosses)


Para os mais animados vou logo informando que o filme Quero matar meu Chefe (2011) não possui a melhor forma de fazer o que o título propõe, mas é uma grande comédia com um trio de protagonistas totalmente bem entrosados e com brilhos próprios para o humor.

A história mostra três amigos que sofrem em seus trabalhos por causa dos seus chefes. Dave Harken (Kevin Spacey) é um psicopata manipulador que impede o avanço de Nick Hendricks (Jason Bateman) na empresa, já Kurt Buckman (Jason Sudeikis) tem que aturar o filho de seu chefe, o futuro herdeiro da empresa o babaca inútil Bobby Pellitt (Colin Farrell) e por último o introvertido Dale Arbus (Charlie Day) tem que aguentar o assédio constante da sua chefe vadia ninfomaníaca Dra. Julia Harris (Jennifer Aniston).

Lógico que humilhações, assédios e injustiças possuem um limite e os três resolvem matar seus chefes. Como os próprios personagens mencionam, o filme Quero matar meu Chefe utiliza-se da premissa do longa-metragem de Hitchcock, Pacto Sinistro (1951), onde dois estranhos resolvem matar um inimigo do outro para que não haja suspeitas de seu envolvimento no crime. Óbvio também que o filme de 2011 passa longe da seriedade da trama de Hitchcock, transformando-se em uma comédia subversiva com um humor sarcástico e irônico.


A atuação do trio de protagonistas é um dos pontos fortes do filme. Há uma química facilmente percebida entre os três, Jason Bateman investe no lado responsável do grupo, quase sendo um pai e ficando com as piadas irônicas. Já Jason Sudeikis fica com a arrogância de ser o galante do grupo (uma das poucas ideias do filme que é difícil de engolir), piadas sexuais e metidas são com ele. Já Charlie Day faz o caçula do grupo, deixado de lado por não ter maturidade, o humor de Charlie lembra Steve Carell em certos momentos de descontrole, há até mesmo uma semelhança entre os dois. Mas os chefes não ficam para trás, Kevin Spacey destaca-se como o vilão da história, onde realmente ficamos tentados a querer esganá-lo. Jennifer Aniston capricha na sensualidade e na desenvoltura ao despejar palavrões sexualmente pervertidos, mas a idade já está atingindo a atriz. Por último está Colin Farrell, talvez o personagem menos aproveitado no longa-metragem, uma pena, suas piadas de demissões garantem boas risadas. O personagem de Jamie Fox é totalmente previsível, mas necessário para ponto de partida para toda a confusão.

O caminho do clímax é bem desenvolvido, dando-nos tempo para odiar os chefes dos personagens, soltando piadas para aqueles que concordam não ser um problema ser assediado por Jennifer Aniston. Passando da metade do filme, onde há uma reviravolta na trama, é uma sucessão de acontecimentos como uma desenfreada queda de uma pilha de dominós que ficamos assustados com a rapidez e fluidez da ação e comédia, que até mesmo não acreditamos que já chegou ao final. Desfecho esse que poderia ter ficado com menos cara de trama de desenho do Scooby Doo, menos explicações, mais diversão.

Divertido e inteligente, Quero matar meu Chefe é uma ótima opção para divertimento a dois, com um humor mais ácido e menos espalhafatoso, mas com uma ótima sensação de dinheiro bem gasto.

Nota: 9

Rafael Sanzio

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Capitão América: O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avanger)


Será que a Disney realmente está influenciando na forma que os filmes da Marvel estão sendo produzidos? Observando o filme Thor (2011) podemos dizer que sim. A forma infantil como foi retratada seu desenvolvimento na Terra deixou muito a desejar toda a força do Deus do Trovão. Quanto a Capitão América, não podemos deixar de perceber a ingenuidade de como é tratada a guerra. Parecendo mais com um filme de aventura, do que um filme de super-herói, Capitão América: O Primeiro Vingador (2011) agrada como um longa de entretenimento, mas falta densidade em sua trama e um bom desenvolvimento de personagens.

A história acompanha o “crescimento” do personagem Steve Rogers (Chris Evans), um rapaz franzino e com a saúde precária que tenta a qualquer custo ingressar no exército para ajudar na luta contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial. Rogers se destaca pelo seu caráter e é escolhido para o projeto do “Super Soldado” desenvolvido pelo cientista Abraham Erskine (Stanley Tucci), dessa forma Steve Rogers ganha uma força sobre-humana e vira o Capitão América.

O filme alterna entre as maquinações do vilão Johan Schmidt/Caveira Vermelha (Hugo Weaving) e a luta de Capitão América para ser levado à sério como combatente. O que já percebemos é que o Caveira Vermelha não consegue ser tão presencial como, por exemplo, o Coringa (Heath Ledger) do filme Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008). Hugo Weaving não traz nada de novo à mesa vilânica da Marvel e o fato dos alemães não falarem alemão e sim um inglês com sotaque (mesmo entre eles, o que acaba com a explicação de falar inglês para outros personagens entendam) faz com que a ideia de um filme mais infantil se concretize.

Em certos momentos da trama há preguiça dos roteiristas em criar situações mais bem explicadas para resolver conflitos ou mostrar mais tática de combate de guerra. Como por exemplo, a infiltração de Capitão América na fábrica de armamentos, bem como a fuga em massa, não existe nenhuma dificuldade para serem realizadas. Além disso, as novas armas criadas pela Hidra reduziram os confrontos entre soldados da Hidra e soldados do pelotão americano em quase uma batalha sem violência como Star Wars.


Infelizmente os efeitos especiais não são dos melhores, com exceção da redução de tamanho de Chris Evans, praticamente o chamariz inicial da campanha publicitária do filme. Contudo, as cenas de ação são parcas e sem muita emoção. Decepciona o fato da força do Capitão não ser mostrada da forma brutal como nas HQs (histórias em quadrinhos). Em relação à maquiagem, o Caveira Vermelha continua não conseguindo passar terror, parece mais um primo irritado do Máskara.

O diretor Joe Johnston peca em exagerar nas cenas onde o Capitão América faz algo extraordinário e cresce trilha sonora heroica. Como foi bem observado em uma crítica, ficamos com a sensação que estamos assistindo um filme nos moldes de Indiana Jones. Mas não é tudo negativo, o início da trama é bem construída, focando na mensagem do caráter faz a força do ser humano, além das interpretações do simpático Stanley Tucci e o alívio cômico proporcionado por Coronel Chester Phillips (Tommy Lee Jones). O sentimento de patriotismo que muitos estavam receosos de ver não está tão marcante. Ele só aparece de forma constrangedora em uma sequencia do filme, que é tão embaraçosa para o público quanto para Steve Rogers.

Capitão América: O Primeiro Vingador carece de profundidade, consegue focar apenas no seu protagonista de forma satisfatória, mas ele não deixou de ser um garoto franzino, falta a determinação e a liderança nata (e inteligente) que estamos acostumados a ver nas páginas dos quadrinhos. E um lembrete para os realistas que não gostaram do filme, Rogers fez parte do projeto Super Soldado, sim ele pode correr muito, bater muito e nadar muito!

Avante Vingadores! Alcancem a maturidade e chega de infantilidade!

Nota: 6

Rafael Sanzio



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2)



Acabou. A não ser que os produtores da franquia Harry Potter adaptem para os cinemas o livro Os Contos do Bardo Beadle, não veremos mais o mundo de J.K. Rowling no cinema. Isso é bom? Sim, finalizar um processo de tantos anos é gratificante e também um alívio. A saga Harry Potter acompanhou o crescimento de vários jovens, juntamente com seus atores principais, para um desfecho emocionante e dinâmico. Com ação e proposta de acabar com uma história que desenrola por mais de sete anos, Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (2011) é bem melhor que a primeira parte, menos enfadonha e com o fim que todos esperávamos.

Na trama, Harry (Daniel Radcliffe) acaba de enterrar seu amigo Dobby e Voldemort (Ralph Fiennes) acaba de roubar a varinha do falecido Dumbledore (Michael Gambon). Agora que o Lorde das Trevas acredita que está de posse de uma das relíquias da Morte, ele prepara o ataque definitivo contra seus opositores. Enquanto isso, Harry e seus amigos seguem mais audaciosos para encontrar e destruir as Horcruxes, objetos malignos que possuem parte da alma de Voldemort. Todas as ações levam de volta ao castelo de Hogwarts, onde uma incrível guerra culminará no fim da batalha entre o bem e o mal.

O que é perceptível entre a parte 1 e a 2 é o dinamismo que este último filme ganhou em comparação ao seu predecessor. Neste não há necessidade de explicar o novo arco de história, as situações e investigações sobre o passado de alguns personagens. Aqui são as ações finais para o desfecho da história, com grandes revelações, mas que não fazem perder o ritmo do longa-metragem.

As interpretações continuam as mesmas dos últimos filmes. Ralph Fiennes com sua versão espalhafatosa do Lorde das Trevas, que em certas cenas provoca mais risadas do que medo ou temor. Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson continuam se esforçando em fazer um bom trabalho, comparado aos primeiros podemos dizer que eles amadureceram em relação a interpretação. Um dos momentos mais emocionantes do longa é a história de Snape, que ao meu ver não é mérito do ator Alan Rickman (que liga o modo frio para interpretar o professor de poções), ou seja, a cena é emocionante por acompanharmos os livros, sabermos o que Snape passou e toda a forma que o diretor David Yates tratou o momento. O momento só vira cômico em outra cena, onde praticamente uma gota de lágrima vira 100ml de água.




Os efeitos especiais foram aperfeiçoados, com o dragão de Gringotes fazendo seu show à parte. Demais elementos, como feitiços, foram reduzidos a golpes luminosos e infelizmente o duelo de McGonagall (Maggie Smith) e Snape foi reduzido a esse tipo de efeito, nada de adagas voadoras. Contudo, um duelo melhorado foi a batalha entre o próprio Voldemort e Harry Potter, que posso dizer foi melhor do que o livro com direito a capa mortalha-viva. Não precisou de declarações constrangedoras como “Snape sempre foi de Dumbledore”.

Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 termina com emoção, ação e a sensação de saga terminada, sem nenhuma vontade de querer mais (isso não foi um comentário negativo). Com suas licenças poéticas em relação aos livros, David Yates fez um bom trabalho, agradando a fãs dos livros e dos filmes. Só gostaria que tivesse melhorado no envelhecimento dos atores na cena final e deveria ter aproveitado para mostrar as mortes que não apareceram no livro, como a de Tonks e Lupin. No mais, adeus Harry Potter!

Nota: 9

Rafael Sanzio

quarta-feira, 6 de julho de 2011

POST NÚMERO 100 - Game Of Thrones - Recomendo!!!!


Esse é o nosso post número 100. E apesar de todas as premissas, não irei falar de um filme em especial, mas uma série que me encantou com sua qualidade estética e história cativante: Game of Thrones.

A série da HBO adapta o romance do escritor George R. R. Martin, A Song of Ice and Fire. O apelo do título do primeiro livro serviu de base para nomear a série. A história conta a luta política e física dos Reinos de Westeros para possuir o trono que comanda todo o continente.

A qualidade da fotografia e figurino impõe respeito a produção da HBO, sua estética produz uma sensação de realidade e veracidade em seus personagens. Mesmo que uma parte da história seja destina ao misticismo.

O elenco é ótimo. A presença de bons atores e bem dirigidos faz com que cada um de nós se identifique com um personagem. Como a interpretação é excelente, fica difícil saber que personagem irá sobreviver para ver a próxima temporada. Ou seja, durante a série (para quem não leu o livro) é difícil de imaginar os produtores descartando atores bons por motivos de história, mas é isso que causa impacto e vulnerabilidade por parte do telespectador. Até mesmo a cara inexpressiva (perdão, ela não é inexpressiva, só tem uma expressão) da atriz Lena Headey serviu para a Rainha Cersei Lannister a qual interpreta.

O final de cada capítulo deixa o público ansioso para o próximo. Divididos em episódios de uma hora, é muito pouco para saborear todas as informações contextuais e estéticas do seriado. O que é realmente uma pena, mas ao menos podemos pensar que comparada a uma adaptação de um livro para o cinema, foi acertada a decisão em adaptá-lo para a TV com a qualidade HBO. Os fãs do livro devem reclamar de algo, mas a maioria deve agradecer por essa decisão.


Sean Bean como Ned Stark encabeça o grupo de atores bem sucedidos neste filme. Mark Addy como Robert Baratheon emprega seu carisma ao personagens, mas de certa forma de um jeito diferente dos seus personagens padrões, se percebermos há tristeza em sua fanfarronice. Peter Dinklage é o alívio cômico (satírico) da série, sua estatura não o impede de ter embates e diálogos fortes e cheios de presença. Há vários atores que deveriam ser citados, mas o importante foi passado, o elenco é ótimo.

A trilha sonora é envolvente. O alemão Ramin Djawadi compôs uma música tema de abertura que fica impregnada em nossa mente. E vale destacar a trilha sonora de mistério envolvendo os Caminhantes Brancos, que se escutarmos com atenção poderemos imaginar o frio que advém dela.

Os diretores foram espertos em mesclar ação e políticas nos episódios. Apesar de achar que há bem mais política do que batalhas, mas acredito que essa é a idéia da série e nem faz tanta falta assim. Foi correto a economia nos efeitos especiais, contudo, cenários e figurinos estão perfeitos.

Game Of Thrones é uma série imperdível para aqueles que gostam de séries de época com uma pitada de misticismo e fantasia.


Nota: 10

Rafael Sanzio

segunda-feira, 13 de junho de 2011

X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class)



O que marca e o que se destaca no filme X-men: Primeira Classe (2011) são os atores principais. A qualidade de suas interpretações e envolvimento com a história produzem uma qualidade que geralmente não é vista nos filmes de super-heróis. Estou falando dos atores Michael Fassbender (Erik Lehnsherr/Magneto) e James McAvoy (Charles Xavier).

Na trama, os mutantes surgem cada vez mais envolvidos com a política na década de 70. Sua atuação é tão grande que o vilão Sebastian Shaw (Kevin Bacon) líder do famigerado Clube do Inferno, que manipula as ações governamentais para conseguir a terceira guerra mundial. Enquanto isso, Erik Lehnsherr inicia sua corrida de vingança contra os nazistas que mataram sua família e o torturaram. Do outro lado da história está o mutante Charles Xavier, com seu conhecimento em mutação genética é convoado para ajudar a CIA a prender Shaw e montando um time que desafie as forças mutantes do terrorista.

A história é bem conhecida do mundo mutante, falamos de aceitação. Mas, além da aceitação da sociedade o filme desenvolve a aceitação pelo que você é. Este tema desenvolve uma sub-trama inspirada, com a personagem Mística (Jennifer Lawrence) lidando com a questão com equilíbrio e sem drama excessivo.

Como bem citei anteriormente, o filme ganha vários pontos com os dois atores principais. Michael Fassbender, que mostrou sua interpretação em Bastardos Inglórios (2009), produz uma carga emocional ao personagem que induz o leitor a simpatizar-se com a causa dele e não entender as reações dos humanos. No final das contas, sempre escolhemos trucidar o vilão. Quanto a James McAvoy, o fato de descaracterizar a visão certinha de sua versão mais velha é ideal para nos familiarizarmos e McAvoy construir um personagem próprio sem ter que se espelhar nos maneirismo da interpretação de Patrick Stewart.


Quanto ao restante do elenco a turma jovem não se destaca, se mantém no nível das descobertas das capacidades de seus poderes e para ligação ao público jovem. Com exceção de Nicholas Hoult (Fera) que participa da sub-trama da aceitação. Kevin Bacon desenvolve um vilão bom vivant que tem os trejeitos de todo vilão: megalomaníaco. A maior decepção vem dos subalternos, sem muitas falas. Irrita o fato de estarem ali só para aplicar poderes legais. Como Maré Selvagem (Álex Gónzalez), que sequer tem alguma fala. É melhor ter um apenas com boa fala do que um caladão sem expressividade.

O diretor Matthew Vaughn criou vários momentos interessantes no filme. As cenas iniciais com Erik com os nazistas lembra muito Bastardos Inglórios, ângulos de câmera, situações e uso dos silêncios e tensão. Azazel (Jason Flemyng) é protagonista de uma das cenas de invasão mais legais de filmes de super-heróis.

Ponto fraquíssimo vai para os efeitos especiais. Fera parece um bicho de pelúcia e a dublagem da voz do ator com as mandíbulas não foi bem feita (mesmo problema de Venom em Homem-Aranha 3 (2007)). A sequencia de luta de voo é precária. Magneto e seu controle de metais é muito mal produzido quando o garoto se irrita no consultório de Shaw.

O diretor transita entre a ação violenta e ingênua. O primeiro tipo agrada pelo fato de não esperarmos isso de um filme de entretenimento para jovens, não é visceral, mas a intenção com que é provocada é agressiva o suficiente para espantar, essas ações são realizadas graças a presença de Erik na trama. Quanto a ação ingênua (que é a maioria) é produzida nos combates dos jovens mutantes e nos membros do Clube do Inferno, desde a golpes de espada que não produzem sangue até pessoas que quando vão ser obliteradas corta para outra cena.

Acredito que X-men: First Class está sendo supervalorizado pela crítica, principalmente a crítica nerd especializada. O filme é bom, mas precisa diminuir as cenas mirabolantes se não é capaz de produzi-las. Afinar os efeitos especiais e ter mais coragem em manter o ritmo e a carga emocional que foi produzida nas cenas de Fassbender na jornada vingativa de Magneto.

Nota: 8


Rafael Sanzio