segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Caça às Bruxas (Season of the Witch)

Nicolas Cage dificilmente voltará a subir ao palco da noite do Oscar. A não ser que alguém como Darren Aronofsky o resgate do limbo dos filmes sem substancia como fizera com Mickey Rourke em O Lutador (2008). A diferença de Rourke e Cage é que Nicolas, de certa forma, não está em decadência. Ele possui um carisma natural, assumindo agora m posto de “eu faço o filme que eu quiser, dane-se o que os outros acharem”. Após sucessos de ação nos anos 90, é legal ter esta estabilidade. Portanto, dessa nova concepção para cá, Nicolas Cage fez vários filmes constituídos com boas premissas (às vezes), mas finalizações capengas. Ao exemplo disso temos: Motoqueiro Fantasma (2007), O Vidente (2007) e Presságio (2009). Caça às Bruxas (2010) segue essa mesma linha de filmes, com altos e baixos e com o carisma presente de Cage.

Na história, Behmen (Nicolas Cage) e Felton (Ron Perlman) são cavaleiros das Cruzadas que passam anos levando o nome de seu Deus às terras pagãs. Mas depois de tanta carnificina, os dois cavaleiros ficam cansados e viram renegados ao desertarem da Guerra Santa. Ao voltarem para a Europa, notam a desolação da região pela peste, praga atribuída à feitiçaria de uma jovem (Claire Foy) que é acusada de bruxaria. Com a Igreja no comando, os dois desonrados cavaleiros podem reconquistar sua reputação se conseguirem levar a bruxa para um monastério distante onde ela será devidamente julgada.


Para quem conhece o trabalho de Joseph Campbell e Cristopher Vogler, o roteiro de Caça às Bruxas está na linha do trabalho desses dois escritores, A Jornada do Herói. Leitura essa obrigatória para quem quiser conhecer a estrutura narrativa das histórias e geral, desde os mitos antigos aos filmes Hollywoodianos. Aqui podemos perceber o herói, no seu mundo comum que são as guerras e resolve sair dele tentando transformar-se. Aparece a chamada à aventura que é levar a bruxa ao monastério e nessa jornada incorpora-se aliados e inimigos a jornada até chegar ao objetivo final. Previsível, mas bom entretenimento. Para aqueles que esperam mais de um roteiro, você ficará decepcionado ao ver que tudo é simples, sem nenhuma trama intricada ou demais possibilidades.


Apesar dessa simplicidade do roteiro, o diretor Dominic Sena produz momentos interessantes no filme, o que diz respeito a ação ou produção do clímax. Em destaque a luta final e maneiras diferentes de destruir inimigos e a sequência inicial.

Para aqueles que gostam de filmes um “algo à mais” vai ficar na cabeça durante todo o longa metragem a nítida certeza que deveria ter ido assistir um filme mais substancial. Para aqueles que curtem uma ida ao cinema, sem pensar demais e se divertir acima de tudo, Caça às Bruxas é um bom entretenimento.



Nota: 6



Rafael Sanzio

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