sábado, 7 de janeiro de 2012

Imortais 3D (Immortals 3D)



O que esperar de um filme que se vangloria de ter “os mesmos produtores de 300”? Imortais (2011) tenta passar o mesmo estilo épico do filme 300 (2007), mas acaba apenas sendo um filme com menos testosterona.

Na trama (que Hollywood continua a destruir a mitologia grega), Teseu (Henry Cavill) vive com sua mãe em uma vila e busca uma vida sossegada. Contudo, o rei Hiperion (Mickey Rourke) lidera sua marcha destrutiva para encontra o arco de Épiro, artefato que pode libertar os titãs de sua prisão. Os deuses não podem intervir, mas auxiliam Teseu para que ele possa salvar o mundo.

Ultimamente a indústria ignora as boas histórias advindas da mitologia grega, preferindo modernizar a trama e transformar em um tipo de vídeo game. No caso de Imortais, percebe-se a tentativa de deixar os planos de uma forma que remetam ao filme 300. Eles conseguem, de certa forma. Os primeiros minutos do filme são forçados demais nessas características, todos tentando ficar em posições artísticas e intimidadoras. Como por exemplo, a hora do aviso da invasão de Hiperion à vila de Teseu. A partir do momento que o diretor Tarsem Singh deixa mais sutil essas tentativas, elas funcionam de forma agradável.

Mas o que falar da trama? Há os elementos básicos de uma trama de aventura. Sem nenhuma novidade. O que se destaca positivamente na produção são as lutas. Muito bem coreografadas, realistas (na medida do possível) e estilizadas. É de se admirar a maneira como os golpes fluem de maneira precisa. Fica de fora desse elogio a batalha contra o “minotauro” e as infelizes sequencias parecidas com as batalhas do rei Leônidas. O que tem de estilo nas lutas faltou no figurino, simplesmente ridículo as roupas dos deuses, principalmente os elmos. Onde estavam com a cabeça os figurinistas Eiko Ishioka e Simonetta Mariano para colocarem aqueles acessórios tão carnavalescos?!

"Olha a Unidos da Grécia aí geeeeente!"

Henry Cavill tem uma presença forte para um protagonista, podemos aumentar as esperanças quanto a sua interpretação de Superman. Já Mickey Rourke mantém sua mesma interpretação “I don’t care”. A atriz Freida Pinto interpreta suave demais o oráculo Phaedra, tornando-se assim apagada em suas performances. O eterno Ivan Frost (Blade), Stephen Dorff traz o alívio cômico de forma gratificante.

Os efeitos especiais estão bons, o equilíbrio entre sangue e vísceras aparecendo está ótimo, conseguindo assim transmitir realidade sem exagero. O 3D só funciona bem mesmo no final, ou seja, nada de querer assistir esse filme em 3D.

Imortais carece de uma história convincente e de atuações de peso. É de se espantar como os deuses foram representados por jovens atores sem nada de interessante para acrescentar, Fúria de Titãs pode ter sido raso, mas ao menos tinha figuras imponentes como deuses. Mas pode ter sido a visão do diretor para o que ele acha do ser imortal (jovem e belo). Boas lutas, mas estória fraca e previsível.

Nota: 5

Rafael Sanzio

Um comentário:

Renan disse...

Se for fazer uma critica à sua maneira, então todo filme se vangloria de ter os mesmos diretores de tal filme, os produtores de outro. Ja vi até filmes se "vangloriando" por utilizar as mesmas câmeras de Avatar. Sim, eles usam isso parar vender mais, lógico. Nao vejo problema nisso. E do jeito que o preço do ingresso está ficando cada vez mais abusivo, isso seria um incentivo a mais ao saber do currículo dos produtores, diretores, atores... até mesmo saber da qualidade dos equipamentos usados.
Quanto ao traje dos deuses, eu já estava cansado de ver nos demais filmes Deuses aquela mesma manta de Jesus Cristo.
Na minha singela opinião esse filme merece uma continuação.