quinta-feira, 3 de junho de 2010

Especial Fúria de Titãs: Crítica de Fúria de Titãs (2010)


Fúria de Titãs (2010) só toma emprestado do original apenas a trajetória de Perseu e algumas referencias de nomes, de resto é uma verdadeira deturpação da mitologia grega. Louis Leterrier e os roteiristas Travis Beacham, Phil Hay e Matt Manfredi apropriaram-se dos mitos e monstros das lendas gregas e criaram um mundo que se encaixa perfeitamente nos planos de construção de uma seqüência.


Na trama Perseu (Sam Worthington) é um jovem que foi abandonado e encontrado por um pescador. Enquanto crescia, os humanos cada vez mais se revoltam com os Deuses que devem adorar. Até chegar ao ponto de declarar-se guerra contra as divindades do Olimpo. Contudo, para punir os humanos, Zeus (Liam Neeson) decretou a destruição de Argos pelo poderoso monstro Kraken, filho de Hades (Ralph Fiennes). O destino faz com que Perseu comande um grupo de soldados para encontrar uma arma poderosa o bastante para destruir o Titã.


O ponto principal nesse Fúria de Titãs é a visão antropocêntrica da história. Aqui o contexto histórico é o fim da adoração aos Deuses, com humanos deixando de orar e fazer sacrifícios. O fato dos Deuses dependerem das orações para aumentar ou diminuir seus poderes é coerente para a explicação do desaparecimento dos Deuses gregos na atualidade. Porém, essa mania de Hollywood em transformar Hades em um tipo de diabo irrita por jogar a relação dos Deuses para a banalização maniqueísta tão presente em filmes de aventura básicos. Outra modificação imprudente foi o exagero de poder concedido ao Kraken, dizer que foi ele que derrotou os titãs é no mínimo dar uma expectativa grande ao público para uma batalha épica.


Os roteiristas também fazem uma mistura de culturas nesse novo mundo grego. Colocando assim soldados gregos juntos de Djins (gênios árabes). Tudo parte de um plano de Leterrier para constituir uma franquia.


O que foi deixado claro pela equipe é que Fúria de Titãs é um filme pipoca, um filme com muita ação e efeitos especiais. Mas mesmo afirmando isso o filme não está livre de críticas ao roteiro. O roteiro é raso, com diálogos clichês e desenvolvimento da aventura básica, com personagens também típicos de um filme de ação mediano.Ao menos os soldados possuem personalidade suficiente para serem lembrados durante o desenrolar da trama.


Com a visão antropocêntrica Perseu age de forma rebelde, sempre deixando claro que recusa seu lado divino. Essa concepção foi defendida por Sam e o diretor por passar, segundo eles, uma boa mensagem para as crianças de hoje: “se existir obstáculos na sua vida vença-os acreditando em si mesmo, não espere milagres”.


As atuações estão mecânicas e normais para um filme pipoca. Soldados estereotipados e Sam Worthington interpretando um herói revoltado sem mais nada para passar. A personagem de Gemma Arterton (Io) exagera no ar etéreo de sua história, fazendo com que sempre em suas cenas pareça distante de uma interpretação convincente. Liam Neeson não traz nada de novo a não ser um Zeus raivoso e Ralph apesar de fazer um Hades contrário da crença grega, esforça-se para deixar marcada a sua passagem no filme.



Como era de se esperar desse remake sua maior contribuição foi os efeitos especiais e criação estética visual mais caprichada do mundo grego. Ele ganha pontos com os monstros mitológicos, como a medusa, kraken e escorpiões. Mas ao criar os djins destoa do conceito mitológico grego. Ao vermos os Deuses do Olimpo, não encarem como ofensa, podemos sonhar que realmente cavaleiros do zodíaco pode ser adaptado de forma correta. Quanto ao figurino cai-se na falta de uso dos elmos dos soldados, tudo para mostrar os rostos dos atores. Além disso, pode ser interpretado como preconceito os fanáticos religiosos da história sejam aqueles com figurinos parecidos com indianos.


Fúria de Titãs consegue ser um filme de ação mediano com boas seqüências de luta com destaque para a luta contra medusa. Sua duração de 118 minutos é suficiente para o passeio no novo mundo grego “Leterriano”, o público de épicos ficou mal acostumado com filmes com mais de duas horas de duração.


Ao final do filme aqueles que conhecem o mito vão perceber a nítida mudança do fim de Perseu, mas é evidente, porque descansar se estamos na era das franquias?


Nota: 6


Rafael Sanzio

3 comentários:

Turgésyo (Aqualitys) disse...

Rarinha, vc ainda deu uma nota alta, pelo q vi nos treillers eu esperava muuuito mais, sai do cinema da mesma forma como entrei, entediado.
Ao menos o dever de casa ta feito ^_^

Turgésyo (Aqualitys) disse...

Rafinha, vc ainda deu uma nota alta, pelo q vi nos treillers eu esperava muuuito mais, sai do cinema da mesma forma como entrei, entediado.
Ao menos o dever de casa ta feito ^_^

Paulo R. Porto disse...

bem fraquinho o filme, na minha opinião, se vc faz uma adaptação de uma história, nao deve fugir dela em hipotese alguma, e esse é o erro mais comum entre diretores e roteiristas que adaptam historias de livros e mitologias em geral para o cinema. eu daria uma nota 4, somente pelos efeitos especiais que ficaram bons, de resto é uma merda