quinta-feira, 3 de junho de 2010

Especial Fúria de Titãs: A História de Perseu


Com a chegada do remake do filme de 81, Fúria de Titãs, houve muitas discussões acerca da qualidade do roteiro e quãoo fiel os produtores do filme foram a mitologia grega. Com essa mesma discussão não podemos esquecer que o filme de 81 também tomou suas liberdades na história, Ray Harryhausen falou em entrevista que a história de Perseu na mitologia grega é bastante fragmentada e com várias versões, foi preciso criar essas liberdades poéticas no roteiro para criar uma história crível e de interesse para o público.


Para aqueles que gostam da obra original é evidente que prezam pela fidelidade, mas a qualidade de um filme não está no quão bom sua adaptação foi, mas na criação de uma história que flui com naturalidade e tem coesão em sua estrutura. Apesar de não achar que o filme Fúria de Titãs precisasse ser fiel ao mito grego, vou colocar aqui a história de Perseu graças a uma coleta de informações de internet, contudo há sempre outras versões da mesma história. Conhecer o mito será importante para aqueles que já se cansaram de ouvir colegas dizerem que o mito é melhor que os filmes, que não havia necessidade de criar nada, que deveriam usar apenas a história original. Tendo essa informação em mãos vocês poderão argumentar melhor.


A História de Perseu/Fonte: http://mitos.cultodavida.com/view/a-historia-de-perseu.html


Perseu era filho de uma mortal, Danae, e do grande deus Zeus, rei do Olimpo. O pai de Danae, o rei Acrísio, havia sido informado por um oráculo de que um dia seria morto por seu neto, aterrorizado aprisionou a filha e afastou todos os seus pretendentes. Mas Zeus desejava Danae: entrou na prisão disfarçado em chuva de ouro e o resultado dessa união foi Perseu. Ao descobrir que apesar de suas precauções tinha um neto, Acrísio fechou Danae e o bebê numa arca de madeira e os lançou ao mar, na esperança de que se afogassem.

Mas Zeus enviou ventos favoráveis, que sopraram mãe e filho pelo mar e os levaram suavemente à costa. A arca parou numa ilha onde foi encontrada por um pescador. Perseu cresceu forte e corajoso e, quando sua mãe se afligiu com as indesejadas investidas amorosas do rei da ilha, o jovem aceitou o desafio que este lhe fez: o de lhe levar a cabeça da Medusa, uma das Górgonas. Perseu aceitou essa missão perigosa não porque ambicionasse alguma glória pessoal, mas porque amava a mãe e estava disposto a arriscar a vida para protegê-la.

A Górgona Medusa era tão hedionda que quem olhasse seu rosto transformava-se em pedra. Perseu precisaria da ajuda dos deuses para vencê-la, e Zeus, seu pai, certificou-se de que essa assistência lhe fosse oferecida: Hades, o rei do mundo subterrâneo, emprestou-lhe um capacete que tornava invisível quem o usasse; Hermes, o Mensageiro Divino, deu-lhe sandálias aladas; e Atena lhe deu uma espada e um escudo. Perseu pôde fitar o reflexo da Medusa e, assim, decepou-lhe a cabeça, sem olhar diretamente para seu rosto medonho.

Com a cabeça monstruosa seguramente escondida num saco, o herói voltou para casa. Na viagem, avistou uma bela donzela acorrentada a um rochedo à beira-mar, à espera da morte pelas mãos de um assustador monstro marinho. Perseu soube que ela se chamava Andrômeda e estava sendo sacrificada ao monstro porque sua mãe havia ofendido os deuses. Comovido por sua aflição e sua beleza, o herói apaixonou-se por ela e a libertou, transformando o monstro marinho em pedra com a cabeça da Medusa. Em seguida, levou Andrômeda para conhecer sua mãe, que, na ausência dele, tinha sido tão atormentada pelas investidas do rei depravado que, desesperada, tinha ido se refugiar no templo de Atena.

Mais uma vez, Perseu ergueu bem alto a cabeça da Medusa e transformou em pedra os inimigos da mãe. Depois, entregou a cabeça a Atena, que a incrustou em seu escudo, onde ela se tornou o emblema da deusa para sempre. Perseu também devolveu os outros presentes aos deuses que os haviam oferecido. Daí em diante, ele e Andrômeda viveram em paz e harmonia e tiveram muitos filhos. Sua única tristeza foi que, um dia, ao participar dos jogos atléticos, ele arremessou um disco que foi levado a uma distância excepcional por uma rajada de vento. O disco atingiu e matou acidentalmente um velho. Tratava-se de Acrísio, o avô de Perseu, e com isso, finalmente, cumpriu-se oráculo do qual um dia o velho tentara se livrar.


Detalhes do mito


Finalizando a história de Perseu, apesar de matar o avô e ser o herdeiro por direito, Perseu se recusou a governar Argos (trocando de reinos com Megapente filho de Preto) e governou Tirinto e Micenas (cidade que fundou).


Um exemplo de uma parte do mito que não poderia ser repassado para as telas sem a aprovação do público é a existência e nascimento do cavalo Pégaso. Diz a lenda que, quando Medusa foi morta, o cavalo alado Pégaso e o gigante Crisaor surgiram de seu ventre, fruto da paixão entre a Medusa e Poseidon. Os produtores de ambos os filmes acreditaram que Perseu cavalgando o corsel alado seria bem mais intimidador do que ele usando sandálias aladas.


Outros mitos que possuem versões diferentes é a medusa. Uns dizem que ela é da raça das Górganas, criaturas horrendas com corpo de serpente que transformam os seres em pedra, com o passar do tempo poetas gregos começaram a retratá-las como mulheres belas com cabelos de serpente. O que deve ser deixado bem claro aqui que não existe o Kraken na mitologia grega, Ray Harryhausen achou que o nome Kraken era bem mais intimidador do que o original, Leviatã. Além disso, a forma do monstro era de um dragão, mas Ray optou por outra abordagem. Na lenda de Andrômeda a criatura que assola a cidade se chama Cetus, monstro marinho sob o comando de Poseidon.


Pelo que podemos ver houve muitas licenças utilizadas pelos roteiristas para criar Fúria de Titãs, um dos pontos importantes nessa questão de uso de mitologias é se a essência da época foi mantida. Há mudanças radicais que causam choque para quem assiste, mas outras podem ser relevadas para o bem de um bom ritmo para trama e criação de uma personalidade forte para os personagens.

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