quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Capitão América: O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avanger)


Será que a Disney realmente está influenciando na forma que os filmes da Marvel estão sendo produzidos? Observando o filme Thor (2011) podemos dizer que sim. A forma infantil como foi retratada seu desenvolvimento na Terra deixou muito a desejar toda a força do Deus do Trovão. Quanto a Capitão América, não podemos deixar de perceber a ingenuidade de como é tratada a guerra. Parecendo mais com um filme de aventura, do que um filme de super-herói, Capitão América: O Primeiro Vingador (2011) agrada como um longa de entretenimento, mas falta densidade em sua trama e um bom desenvolvimento de personagens.

A história acompanha o “crescimento” do personagem Steve Rogers (Chris Evans), um rapaz franzino e com a saúde precária que tenta a qualquer custo ingressar no exército para ajudar na luta contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial. Rogers se destaca pelo seu caráter e é escolhido para o projeto do “Super Soldado” desenvolvido pelo cientista Abraham Erskine (Stanley Tucci), dessa forma Steve Rogers ganha uma força sobre-humana e vira o Capitão América.

O filme alterna entre as maquinações do vilão Johan Schmidt/Caveira Vermelha (Hugo Weaving) e a luta de Capitão América para ser levado à sério como combatente. O que já percebemos é que o Caveira Vermelha não consegue ser tão presencial como, por exemplo, o Coringa (Heath Ledger) do filme Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008). Hugo Weaving não traz nada de novo à mesa vilânica da Marvel e o fato dos alemães não falarem alemão e sim um inglês com sotaque (mesmo entre eles, o que acaba com a explicação de falar inglês para outros personagens entendam) faz com que a ideia de um filme mais infantil se concretize.

Em certos momentos da trama há preguiça dos roteiristas em criar situações mais bem explicadas para resolver conflitos ou mostrar mais tática de combate de guerra. Como por exemplo, a infiltração de Capitão América na fábrica de armamentos, bem como a fuga em massa, não existe nenhuma dificuldade para serem realizadas. Além disso, as novas armas criadas pela Hidra reduziram os confrontos entre soldados da Hidra e soldados do pelotão americano em quase uma batalha sem violência como Star Wars.


Infelizmente os efeitos especiais não são dos melhores, com exceção da redução de tamanho de Chris Evans, praticamente o chamariz inicial da campanha publicitária do filme. Contudo, as cenas de ação são parcas e sem muita emoção. Decepciona o fato da força do Capitão não ser mostrada da forma brutal como nas HQs (histórias em quadrinhos). Em relação à maquiagem, o Caveira Vermelha continua não conseguindo passar terror, parece mais um primo irritado do Máskara.

O diretor Joe Johnston peca em exagerar nas cenas onde o Capitão América faz algo extraordinário e cresce trilha sonora heroica. Como foi bem observado em uma crítica, ficamos com a sensação que estamos assistindo um filme nos moldes de Indiana Jones. Mas não é tudo negativo, o início da trama é bem construída, focando na mensagem do caráter faz a força do ser humano, além das interpretações do simpático Stanley Tucci e o alívio cômico proporcionado por Coronel Chester Phillips (Tommy Lee Jones). O sentimento de patriotismo que muitos estavam receosos de ver não está tão marcante. Ele só aparece de forma constrangedora em uma sequencia do filme, que é tão embaraçosa para o público quanto para Steve Rogers.

Capitão América: O Primeiro Vingador carece de profundidade, consegue focar apenas no seu protagonista de forma satisfatória, mas ele não deixou de ser um garoto franzino, falta a determinação e a liderança nata (e inteligente) que estamos acostumados a ver nas páginas dos quadrinhos. E um lembrete para os realistas que não gostaram do filme, Rogers fez parte do projeto Super Soldado, sim ele pode correr muito, bater muito e nadar muito!

Avante Vingadores! Alcancem a maturidade e chega de infantilidade!

Nota: 6

Rafael Sanzio



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