terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quero matar meu Chefe (Horrible Bosses)


Para os mais animados vou logo informando que o filme Quero matar meu Chefe (2011) não possui a melhor forma de fazer o que o título propõe, mas é uma grande comédia com um trio de protagonistas totalmente bem entrosados e com brilhos próprios para o humor.

A história mostra três amigos que sofrem em seus trabalhos por causa dos seus chefes. Dave Harken (Kevin Spacey) é um psicopata manipulador que impede o avanço de Nick Hendricks (Jason Bateman) na empresa, já Kurt Buckman (Jason Sudeikis) tem que aturar o filho de seu chefe, o futuro herdeiro da empresa o babaca inútil Bobby Pellitt (Colin Farrell) e por último o introvertido Dale Arbus (Charlie Day) tem que aguentar o assédio constante da sua chefe vadia ninfomaníaca Dra. Julia Harris (Jennifer Aniston).

Lógico que humilhações, assédios e injustiças possuem um limite e os três resolvem matar seus chefes. Como os próprios personagens mencionam, o filme Quero matar meu Chefe utiliza-se da premissa do longa-metragem de Hitchcock, Pacto Sinistro (1951), onde dois estranhos resolvem matar um inimigo do outro para que não haja suspeitas de seu envolvimento no crime. Óbvio também que o filme de 2011 passa longe da seriedade da trama de Hitchcock, transformando-se em uma comédia subversiva com um humor sarcástico e irônico.


A atuação do trio de protagonistas é um dos pontos fortes do filme. Há uma química facilmente percebida entre os três, Jason Bateman investe no lado responsável do grupo, quase sendo um pai e ficando com as piadas irônicas. Já Jason Sudeikis fica com a arrogância de ser o galante do grupo (uma das poucas ideias do filme que é difícil de engolir), piadas sexuais e metidas são com ele. Já Charlie Day faz o caçula do grupo, deixado de lado por não ter maturidade, o humor de Charlie lembra Steve Carell em certos momentos de descontrole, há até mesmo uma semelhança entre os dois. Mas os chefes não ficam para trás, Kevin Spacey destaca-se como o vilão da história, onde realmente ficamos tentados a querer esganá-lo. Jennifer Aniston capricha na sensualidade e na desenvoltura ao despejar palavrões sexualmente pervertidos, mas a idade já está atingindo a atriz. Por último está Colin Farrell, talvez o personagem menos aproveitado no longa-metragem, uma pena, suas piadas de demissões garantem boas risadas. O personagem de Jamie Fox é totalmente previsível, mas necessário para ponto de partida para toda a confusão.

O caminho do clímax é bem desenvolvido, dando-nos tempo para odiar os chefes dos personagens, soltando piadas para aqueles que concordam não ser um problema ser assediado por Jennifer Aniston. Passando da metade do filme, onde há uma reviravolta na trama, é uma sucessão de acontecimentos como uma desenfreada queda de uma pilha de dominós que ficamos assustados com a rapidez e fluidez da ação e comédia, que até mesmo não acreditamos que já chegou ao final. Desfecho esse que poderia ter ficado com menos cara de trama de desenho do Scooby Doo, menos explicações, mais diversão.

Divertido e inteligente, Quero matar meu Chefe é uma ótima opção para divertimento a dois, com um humor mais ácido e menos espalhafatoso, mas com uma ótima sensação de dinheiro bem gasto.

Nota: 9

Rafael Sanzio

Um comentário:

Alysson disse...

Muito legal a critica!concordo em boa parte da sua critica.